Foco fino
O mesmo couro de bezerro usado nas bolsas Birkin e Kelly reveste a mais nova (e limitada) edição da Leica
Pela terceira vez em uma década, a Leica — que, nas mãos de fotojornalistas lendários, como o alemão Horst Faas, que morreu neste ano, registrou a história do século XX em imagens — se junta à Hermès para produzir as câmeras mais bem-vestidas do mundo. Sao dois sets, de edição limitada, do modelo M9-P, ambos revestidos de couro de bezerro, de cor ocre, usado nas bolsas Kelly e Birkin, as mais cobiçadas da casa. A versão básica, chamada de Edition Hermès (25 000 dólares), inclui uma lente de 50 milímetros. São 300 unidades numeradas. Da série Limitee Jean-Louis Dumas, que custa o dobro, foram confeccionadas apenas 100. Morto em 2010, Dumas foi o ultimo integrante da familia a presidir a grife francesa — por seis anos, a Hermès foi tocada por um CEO contratado e agora volta ao comando da sexta geração. Inteligência por tras da criação da bolsa Birkin, Dumas nunca se separava de uma velha Leica manual. Dois livros de fotos em preto e branco feitas por ele ao longo da vida vem com a câmera alemã numa bolsa com três opções de lente (28, 50 e 90 milimetros). Digitais (18 megapixels e visor LCD coberto por uma camada de cristal de safira) e com estrutura de metal e detalhes de prata cromada, as M9-P são desenhadas pelo italiano Walter de’Silva, no comando da área de estilo da Audi e Lamborghini. O italiano eliminou o hot shoe (ou sapata), compartimento para encaixaro flash externo. Também apagou o emblema vermelho “Leica”, um ícone das câmeras da série M — o que reforça a ideia de que objetos de desejo de verdade dispensam a exibição da logomarca.
Leica. Shopping Cidade Jardim, São Paulo, tel. (11) 3758-3609, leica-store.com.br