Consumo

Dicas de presente para amigo-secreto do trabalho e como evitar gafes

Presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos de São Paulo (ABRH-SP) alerta para cuidados na escolha dos presentes

Por Laura Pereira Lima
4 dez 2025, 10h00

Por mais que o amigo-secreto seja visto como uma confraternização leve, ele também é um reflexo da cultura de uma empresa. Quando feito com cuidado, aproxima colegas, mas, quando dá errado, pode expor ruídos que muitas vezes passam despercebidos ao longo do ano.

Para entender como evitar constrangimentos e transformar a brincadeira em um momento positivo, Eliane Aere, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos de São Paulo (ABRH-SP), explica as principais armadilhas — e como fugir delas.

A gafe mais comum, segundo ela, é o presente sem intenção, que demonstra ter sido comprado por pura obrigação. “Isso sinaliza que a pessoa não dedicou um minuto para pensar no colega como indivíduo”, afirma. Outra situação recorrente é o “presente-crítica”: “um desodorante, um livro sobre organização para alguém visto como bagunceiro. Isso é extremamente corrosivo para o ambiente de trabalho”, diz.

Presentes a evitar

Itens muito pessoais

Perfumes, roupas ou maquiagem são arriscados pela alta chance de erro, explica Eliane.

Livros de autoajuda

“Podem ser interpretado como um conselho não solicitado”, afirma a presidente da ABRH-SP”

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Itens com viés político ou religioso
Produtos íntimos ou de higiene

“Itens como shampoo anticaspa ou cremes para acne podem ser lidos como uma crítica à aparência ou higiene do colega, o que é péssimo. Já um creme para as mãos, de boa qualidade, é um gesto gentil“

Presentes muito acima do valor combinado

Eliane Aere explica que isso pode gerar constrangimentos. “Parece generosidade, mas pode ser lido como ostentação e cria um desequilíbrio desconfortável”.

Como revelar o amigo secreto sem constrangimentos

Brincadeiras na hora de anunciar o amigo secreto exigem cuidado. “A revelação é um momento que pode fortalecer ou minar a confiança da equipe”, afirma Eliane. Ela lembra um caso emblemático: “Uma pessoa, com a melhor das intenções, descreveu a colega como ‘uma gravidinha muito simpática’. O problema? Ela não estava grávida.”

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A recomendação é focar em qualidades profissionais ou características neutras: contribuições para o time, habilidades, hobbies conhecidos. “O objetivo é que a pessoa se sinta valorizada”, afirma. “O humor que humilha não tem espaço no mundo corporativo que buscamos construir”, completa

Eu preciso participar do amigo-secreto?

A participação precisa ser voluntária, segundo a especialista. “Forçar a integração é um paradoxo; acaba gerando exclusão e ressentimento”, explica. “As pessoas têm inúmeros motivos para não participar… e uma cultura organizacional madura acolhe essa decisão sem julgamentos.”

E é possível recusar sem parecer distante. Ela sugere: “Agradeço o convite, pessoal, mas este ano não vou participar da troca. Mas faço questão de estar com vocês no dia da festa!” Para ela, essa postura reforça respeito e espírito de equipe: “O amigo secreto deve ser sobre união, e isso inclui a liberdade de não participar.”