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Artista plástico ministra aulas de crochê e tricô

Paulistano criou o projeto Homem na Agulha para divulgar seus trabalhos e reunir homens para a prática

Por Mariana Oliveira
Atualizado em 27 dez 2016, 18h58 - Publicado em 2 abr 2016, 00h00
Homem na Agulha
Homem na Agulha (Ricardo DAngelo/)
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Senhoras com óculos na altura do nariz e moças “de fino trato” não são, há algum tempo, as únicas rainhas do reino do crochê e do tricô na capital. Nos últimos anos, a popularização por aqui de redes sociais que valorizam belas fotos, como Pinterest, atraiu vários homens para o negócio. Do lado masculino, surgiu até uma espécie de guru da turma, o paulistano Thiago Rezende, de 34 anos. Artista plástico, ele é criador do Homem na Agulha, projeto de difusão dessas técnicas que inclui páginas na internet, venda de produtos e cursos — que têm, aliás, outros barbados como adeptos.

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Uma das especialidades de Rezende são os amigurumis, bonequinhos de hipopótamos, ursos e outros animais, feitos por meio de uma técnica japonesa. Uma fofura só. Ele produz também de peças como ponchos e casacos a itens mais conceituais, como máscaras multicoloridas. Suas páginas no Facebook e no Instagram (procure por “homemnaagulha”) têm 12 000 seguidores. Ali, os artigos são vendidos sob encomenda, a preços a partir de 100 reais. Algumas obras prontas estão disponíveis no Novelaria Knit Café, na Vila Madalena.

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Área importante de atuação do profissional é o ensino do ofício. Rezende dá aulas particulares (120 reais, três horas) e em grupo. No ano passado, formaram-se cerca de quarenta aprendizes. Nos últimos meses, ele rodou ainda com palestras pelo interior de São Paulo e pelo Chile. Em março, uma oficina voltada para o tricô com agulhas circulares teve as 25 vagas esgotadas no primeiro dia de inscrição.

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Embora tenha lembranças das férias no bairro do Butantã, na Zona Oeste, quando via sua avó tricotar, Rezende começou a desenrolar os próprios novelos há quatro anos, depois de assistir a vídeos sobre o assunto no YouTube. Comprou lã e aventurou-se sozinho na prática. “Achei que enjoaria em dois meses, mas isso acabou tomando conta do meu dia”, afirma. Formado pela Faculdade Paulista de Artes, ele investe em fios grossos, que ressaltam o estilo artesanal de suas criações, conhecidas pela delicadeza.

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A maior parte do público de suas aulas é feminina, mas há sempre homens com idade e perfil diferentes, desde senhores até estudantes. Com base nesse potencial de mercado, o professor bolou um encontro direcionado só aos rapazes. Houve duas edições em 2015, e a terceira vai acontecer na primeira quinzena de abril. Na cidade, quem se interessar tem outras opções de aula, em locais como o Sesc Pompeia e a escola Novelaria, na Vila Madalena. Não há restrição de sexo. “Mas muitos caras ainda têm vergonha de praticar”, diz Rezende. Não é o caso de Paulo Samú, de 22 anos. Formado em moda, ele confecciona personagens de filmes e séries na loja on-line Ponto Pipoca, o que lhe rende cerca de 1 200 reais por mês. Fazer crochê e tricotar na rua, diz Samú, nunca foi um problema. “Muita gente fica olhando, mas levo no bom humor.”

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