Aspirante a ator, doceiro conquistou Silvio Santos com musses
O ex-boia-fria Zeca Fonseca também serve outros famosos enquanto sonha com o estrelato
A receita, acondicionada em potes plásticos, não tem nada de mirabolante: leite condensado, creme de leite e uma fruta para dar sabor. A determinação fez com que as musses do doceiro Zeca Fonseca, de 53 anos, caíssem no gosto de famosos como Silvio Santos. Em dezembro, mesmo sem conhecer o apresentador, Fonseca arriscou a sorte, deixando-lhe uma remessa do doce congelado no Jassa, salão que o “patrão” frequenta nos Jardins.
Dias depois, o próprio Silvio ligou fazendo um pedido. “Achei que fosse trote”, diz. Desde então, a cada duas semanas, entrega no cabeleireiro encomendas de quinze unidades, sobretudo de limão e maracujá, ao dono do Baú. Morador de um apartamento simples na Bela Vista, o baiano embolsa 3 000 reais por mês com a venda da guloseima nas ruas por até 7 reais cada uma. De Silvio, não cobra nada.
O desejo de se tornar ator motivou o ex-boia-fria a se mudar de Acajutiba, na Bahia, para São Paulo, em 1981. “Dormi na rua nos primeiros dias”, lembra. Foi servente de pedreiro para depois virar garçom, nos anos 80. Pegou gosto pela cozinha trabalhando em restaurantes como Fasano e La Brasserie Erick Jacquin. “Ele sempre quis ser artista”, afirma Jacquin. O rapaz investia o salário em cursos de teatro. Atuou em peças e fez pontas na TV.
Fonseca, que deixou de servir mesas em 2013, hoje corre atrás de celebridades para anunciar suas aspirações e comidinhas. Após saber que Rodrigo Faro estava em um restaurante nos Jardins, levou o doce para o apresentador experimentar. Conhecida dos tempos de Fasano, Adriane Galisteu provou o cuscuz paulista há dois anos e às vezes recebe o salgado em casa. Agora, o doceiro espera prosperar no SBT. Em um encontro no Jassa, deu um DVD com suas performances a Silvio. “Estou esperando a ligação da emissora”, sonha.