Trattoria, novo restaurante da grife Fasano, abre nesta quinta (28)
Casa no Itaim terá cardápio bem diferente do das outras casas, inclusive nos preços
Escondido pelo gigantesco edifício comercial Pátio Victor Malzoni, do qual é um anexo com entrada independente, o novo restaurante da grife Fasano fica em um ponto discreto e privilegiado do Itaim. Ocupa uma espécie de gazebo de frente para uma pequena via recém-aberta e ainda sem nome, no enclave formado pelas ruas Horácio Lafer, Iguatemi e Joaquim Floriano.
Com inauguração marcada para a quinta (28), tem um cardápio muito diferente do que se encontra nos endereços do grupo de gastronomia. Intitulada apenas Trattoria, a casa apresenta clássicos da Itália central e meridional. Muitas receitas são típicas de Roma, como o espaguete à carbonara com bacon especial de bochecha de porco importada e o bucatini ao cacio e pepe, a massa apenas com queijo pecorino e um toque picante de pimenta-do-reino. O menu inclui até uma surpreendente versão do polpettone ao forno com um discreto recheio de mussarela e com o molho de tomate no estilo napolitano. De tão macio, deve ser saboreado com a ajuda de uma colher.
“Não queria fazer mais uma filial dos restaurantes que temos, e sim algo inusitado”, explica o restaurateur Rogério Fasano, de 51 anos. “Aqui, minha preocupação está em apresentar receitas originais como se fazem na Itália.” Das outras casas, repetem-se apenas sugestões como o carpaccio e a salada caprese, mas não há risotos ou polentas, duas das marcas registradas do Fasano.
Para desenvolver os pratos em fase de testes até a semana passada, o empresário convidou Luca Gozzani, titular do Fasano. O chef trabalhou em parceria com José Branco, ex-Gero, que será responsável pelo dia a dia da Trattoria. Neste primeiro momento, a dupla estará junta em uma cozinha envidraçada — a primeira do gênero nos endereços da rede — no comando de uma equipe de trinta pessoas, responsável por pilotar equipamentos como uma ilha com fogão e geladeira da marca americana Viking, a Ferrari do ramo. “Embora tenha nascido na Toscana, tive de mergulhar nas cozinhas regionais do Lazio, da Puglia e da Campania”, diz Gozzani. No atendimento, a brigada com 31 homens está sob a responsabilidade do maître-gerente Antonio Aurimar Castro Carlos, o potiguar Mazinho.
Erguida como uma caixa de concreto pelos proprietários do edifício comercial, a Trattoria leva a assinatura do arquiteto Isay Weinfeld, antigo parceiro de Fasano, que, neste negócio, tem um sócio minoritário. Até que o local ficasse tinindo para a abertura, foram necessários catorze meses entre projeto e obra.
O charmoso salão, com agradável entrada de luz natural através de janelões, está revestido de madeira, do piso ao teto. Suas mesas, cobertas por toalhas de linho bege e adornadas por luminárias desenhadas pelo próprio Weinfeld, são capazes de acomodar com conforto 120 pessoas. A casa conta ainda com um salão privê para dezesseis pessoas e um jardim para refeições ao ar livre, que deve se tornar o lugar favorito dos fumantes. Em todos os ambientes, escuta-se uma trilha sonora composta por mais de 5 000 canções italianas.
Ainda que não seja uma trattoria no sentido clássico, a decoração homenageia de maneira divertida e elegante as cantinas paulistanas. Nos nichos das janelas, encontram-se flâmulas de times italianos como Torino, Napolie Unione Sportiva Città di Fasano. A temática futebolística repete-se nas camisas de jogadores espalhadas pela sala de reunião, devidamente enquadradas em molduras fechadas por vidro.
Não se pode dizer que os preços da Trattoria são baixos, mas estão longe de esfolar a carteira. As massas custam em média 60 reais, enquanto as carnes giram em torno de 70 reais. Além disso, pedem-se 17 reais pelo couvert. Em média, uma refeição sem bebidas alcoólicas deve custar 130 reais, preço de alguns pratos na casa-mãe, como o pappardelle fresco ao ovo, com cogumelos porcini e creme de queijo. É um Fasano mais informal e que pode caber em mais bolsos.