Cabernet sauvignon, a líder nos vinhedos
Até pouco tempo, falar das variedades viníferas mais cultivadas era um tema fascinante e por uma simples razão: era uma das “pegadinhas” clássicas do mundo do vinho. Qualquer pessoa com conhecimento médio diria que a cabernet sauvignon ou a chardonnay poderia ser a variedade vinífera mais plantada no mundo dada sua popularidade e incidência nos […]
Até pouco tempo, falar das variedades viníferas mais cultivadas era um tema fascinante e por uma simples razão: era uma das “pegadinhas” clássicas do mundo do vinho.
Qualquer pessoa com conhecimento médio diria que a cabernet sauvignon ou a chardonnay poderia ser a variedade vinífera mais plantada no mundo dada sua popularidade e incidência nos rótulos que encontramos nas gôndolas (ou na tela do computador). E para espanto de todos, alguém revelaria que a obscura airén era a número 1 da lista, uma uva branca (!) espanhola cujo nome raramente se encontra estampada nos rótulos. Isto porque grande parte de sua produção era destinada à destilação para produção de brandies. Com a queda no consumo de álcool na Europa e incentivo da União Europeia para arrancar vinhedos pouco rentáveis, o ranking de castas mudou de forma considerável.
No fim de 2013, Kym Anderson e Nanda R. Aryal, da Universidade de Adelaide, publicaram um excepcional estudo sobre o tema, com dados atualizados em 2010. E o resultado volta à lógica. A variedade mais plantada no mundo é a cabernet sauvignon, seguida da merlot (2°.), airén (3°.), tempranillo (4°.) e chardonnay (5°.). Segundo os dados da pesquisa, a cabernet sauvignon ocupa uma área de 290.091 hectares, o que significa 6,3% de toda área de vinhedo no mundo.
A pesquisa, com 670 páginas de dados, está focada no cultivo das diferentes variedades viníferas pelo mundo traz ao menos mais dois dados curiosos:
• Portugal é o país onde a viticultura tem maior participação entre todas as culturas de campo, com quase 9% de toda área do país dedicada às uvas para vinhos,
• O Brasil foi o país que teve maior reconversão de vinhedos de uvas brancas para tintas entre 2000 e 2010, isto é, fomos o n°1 na diminuição de vinhedos e uvas brancas e crescimento em tintas (e eu pensava que nossa vocação estava nas uvas brancas para espumantes)
Para quem tiver curiosidade e paciência, o estudo está disponível gratuitamente no site da Universidade de Adelaide.
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