Vinte anos sem Fellini e sem River Phoenix
Há exatamente vinte anos o cinema ficou mais triste. Morreram em 31 de outubro de 1993 o diretor Federico Fellini e o ator River Phoenix. Tive um choque duplo. A morte de Fellini decretou o fim de uma era para o cinema italiano. A expressão “felliniano” deixava de existir e, nestas duas décadas, Fellini não teve […]
Há exatamente vinte anos o cinema ficou mais triste. Morreram em 31 de outubro de 1993 o diretor Federico Fellini e o ator River Phoenix. Tive um choque duplo. A morte de Fellini decretou o fim de uma era para o cinema italiano. A expressão “felliniano” deixava de existir e, nestas duas décadas, Fellini não teve um substituto nem um discípulo à altura. Se naquela época fiquei triste pela partida do mestre, fiquei chocado com o brutal desaparecimento de River Phoenix.
Até um então visto como um rapaz comportado, que havia feito o emblemático Conta Comigo, o ator tinha apenas 23 anos. Morreu de overdose na saída do Viper Room, uma boate pertencente a Johnny Depp, em Los Angeles. Fellini deixou um legado fundamental para a história do cinema. River foi uma espécie de James Dean (guardadas as devidas proporções) ou um Heath Ledger dos anos 90. Foi embora cedo, quando sua carreira começava a decolar, ainda mais depois de ter sido o jovem Indiana Jones em A Última Cruzada (1989). Se estivesse vivo, ele estaria completando 43 anos.
Não acho que River estivesse no limbo nem virado galã de comédias românticas. Por ter feito os indies Garotos de Programa e Até as Vaqueiras Ficam Tristes, acredito que ele teria seguido o caminho do irmão, Joaquin Phoenix, e se entregado a papeis mais fortes, densos, complexos.
Quanto a Fellini, não se questiona sua divina carreira. Pelo seu último filme, A Voz da Lua (1990), já dava para perceber que o grande realizador italiano não era mais o mesmo de outrora. Prefiro guardar na memória as passagens sublimes de clássicos como A Doce Vida, Amarcord, E la Nave Va, Oito e Meio e Noites de Cabíria. De River, guardo a garra e a energia dos iniciantes que se jogam de cabeça nos projetos mais diversos. Tanto o realizador quanto o ex-futuro astro estão fazendo falta.
Para relembrar o realizador italiano, a Mostra Internacional, que encerra hoje, exibe Que Estranho Chamar-se Federico – Scola conta Fellini, uma homenagem do diretor Ettore Scola ao mestre e amigo. As duas únicas sessões ocorrem, às 21h, no Frei Caneca 1 e Cine Livraria Cultura 1.
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