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Épico bíblico, Êxodo – Deuses e Reis está proibido no Marrocos e no Egito

Noé, o filme de Darren Aronofsky estrelado por Russell Crowe, tinha tantas licenças com relação à Bíblia que acabou provocando uma enxurrada de críticas por parte dos cristãos. Com uma pegada um pouco menos polêmica, Êxodo – Deuses e Reis, que estreou no Brasil no Natal, também vem desagradando. Antes mesmo da estreia nos Estados […]

Por Miguel Barbieri Jr.
Atualizado em 26 fev 2017, 19h34 - Publicado em 26 dez 2014, 17h17
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Noé, o filme de Darren Aronofsky estrelado por Russell Crowe, tinha tantas licenças com relação à Bíblia que acabou provocando uma enxurrada de críticas por parte dos cristãos. Com uma pegada um pouco menos polêmica, Êxodo – Deuses e Reis, que estreou no Brasil no Natal, também vem desagradando. Antes mesmo da estreia nos Estados Unidos, a fita foi criticada pela escolha do elenco, composto de protagonistas britânicos e/ou americanos brancos, mesmo a história se passando no Oriente Médio e no norte da África. O diretor Ridley Scott se defendeu dizendo que, no casting, também havia iranianos e palestinos.

Chistian Bale é o general Moisés: Êxodo foi censurado no Egito e Marrocos

Chistian Bale é o general Moisés: Êxodo foi censurado no Egito e Marrocos

Egito e Marrocos, porém, foram mais longe, não engoliram a história de Moisés na versão de Scott e proibiram o filme. Segundo o jornal português Público, o órgão estatal marroquino que controla a indústria cinematográfica limitou-se a informar aos donos dos cinemas para cancelar todas as sessões.

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No Cairo, a situação é mais conturbada. O comité de censura do Ministério da Cultura viu muitas imprecisões na história. Os egípcios não gostaram de Moisés ser um general e, sobretudo, por Ridley Scott atribuir a separação das águas do Mar Vermelho a um terremoto e não “a um milagre mencionado no Corão”. Outra controvérsia está na construção das pirâmides. Segundo o filme, foram os escravos judeus os construtores da grande esfinge e das pirâmides do planalto de Gizé.

Abdel Sattar Fathi, chefe do comitê de censura do Egito, disse que o roteiro mostra seu povo como demagogos e torturadores dos judeus: “Êxodo – Deuses e Reis contém falácias históricas. Foi, por isso, que tivemos de bani-lo sem consultar qualquer outra entidade”, completou.

O que achei disso tudo? Ao contrário do Noé de Darren Aronofsky, que tinha liberdade com uma assinatura autoral, Êxodo pretende ser um épico à moda antiga. E, se assim quis Ridley Scott, o diretor deveria ser mais rigoroso em sua versão da passagem bíblica. Agora, na minha opinião, qualquer tipo de censura é deplorável e, neste caso, Marrocos e Egito não têm o direto de privar seu povo de assistir ao filme.

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