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Abuso doméstico é tema de bom drama francês que estreia nesta quinta (5)

Além de 'Custódia', há outros dois atraentes filmes que foram exibidos no recente Festival Varilux

Por Miguel Barbieri Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
4 jul 2018, 19h08

Há três filmes franceses que foram exibidos recentemente no Festival Varilux, que entram em cartaz nesta quinta (5). Fico em dúvida se gosto mais de Custódia ou Nos Vemos no Paraíso (no meu ranking, Custódia vem antes de Nos Vemos no Paraíso). São opostos, mas, igualmente, atraentes. Nos Encontramos no Paraíso tem uma trama cheia de reviravoltas, mentiras, traições e segredos em meio a humor e drama refinados. É ambientado na década de 20, logo após a I Guerra Mundial, em Paris.

Custódia, ao contrário, é um drama pesadão e, embora sua origem seja francesa, a situação pode ocorrer em qualquer lugar do mundo. O tema é abuso doméstico e é, por isso, que uma mulher abandona o marido e volta a viver com os pais. A filha, que já tem 18 anos, não quer mais ver o pai. O filho, menor de idade, também quer evitar qualquer contato com ele. Mas uma juíza decide que a guarda do garoto seja compartilhada. Dá para imaginar onde essa decisão vai chegar? Só assistindo ao filme para saber.

O outro francês é para um público específico. Embora esteja sendo “vendido” como um “filme de zumbi”, A Noite Devorou o Mundo é um drama sobre isolamento e solidão e o que isso provoca no protagonista, que acordou com Paris tomada por mortos-vivos.

Confira mais detalhes nas resenhas abaixo:

O César 2018 (o Oscar francês) agraciou Albert Dupontel com dois prêmios por Nos Vemos no Paraíso: melhor direção e roteiro adaptado. Trata-se de uma ótima versão para as telas do livro homônimo de 2013 de Pierre Lemaitre, que narra uma história de amizade entre segredos, traições e humor refinado. O nervo central é dramático. Ao fim da I Guerra, o soldado Maillard (Dupontel) consegue sobreviver com a ajuda do jovem Edouard Péricourt (Nahuel Pérez Biscayart), mas, na sequência, o colega tem o maxilar destroçado após ser atingido por uma bomba. Maillard troca a identidade dele e ambos voltam a Paris. Lá, “adotam” uma órfã e passam a viver juntos, já que o amigo nunca se deu bem com o pai (Niels Arestrup), um banqueiro arrogante. Eis o ponto de partida de uma trama ambientada na década de 20, com fabulosa recriação de época e surpresas até o imprevisível desfecho.

Não espere de A Noite Devorou o Mundo um filme de zumbis no formato de A Noite dos Mortos-Vivos ou Madrugada dos Mortos. Trata-se, sobretudo, de um drama silencioso sobre solidão, medo e isolamento e, como tudo isso, provoca uma convulsão psicológica no protagonista. Ele é o músico Sam (papel do norueguês Anders Danielsen Lie), que volta ao apartamento da ex-namorada para buscar umas fitas cassete. Adormece e, no dia seguinte, se espanta ao ver sangue pelas paredes, cadáveres pelo chão e Paris tomada por mortos-vivos. Ao invés de buscar ajuda, Sam decide sobreviver sozinho no edifício. É um terror muito atípico, mas cuja originalidade está, justamente, em desconstruir o gênero.

Na primeira cena de Custódia, uma juíza ouve os advogados de Miriam (Léa Drucker) e Antoine (Denis Ménochet). Ela largou o marido e voltou a viver com os pais em outra cidade. Os filhos não querem mais ver Antoine, que apresentava um comportamento violento em família. Mas ele insiste em acompanhar a educação do garoto (Thomas Gioria) e, assim, fica decidido: a guarda será compartilhada. Em seu primeiro longa-metragem, Xavier Legrand traz à tona o tema dos abusos domésticos em tratamento naturalista e nervosa pulsação. Cereja do bolo, o excelente elenco é muito bem comandado.

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