Repórter da Vejinha por três anos, João Wady Cury, 57, sempre gostou de ouvir as figuras “desconhecidas” da cidade. Em suas reportagens, Cury conheceu o homem responsável por limpar os vidros de um prédio da Paulista, o funcionário de telefonia que passava doze horas entre cabos no subterrâneo e a rotina de um médico-legista. “Após um dia de trabalho com os mortos do IML, ele comia tranquilamente sua macarronada à bolonhesa”, diverte-se.
Cury também conheceu o homem considerado o pior vereador da Câmara Municipal na época, fim dos anos 1980. “Perguntei a cada vereador quem era o pior, e todos indicaram esse cara chamado Antônio Carlos Fernandes, que tinha apresentado um monte de projetos e não teve nenhum aprovado”, relembra. “Fui entrevistá-lo por último e até ele admitiu ser o pior! Fiquei aliviado por ele ter se autoindicado e com dó porque acho que não tinha sido feito para aquele mundo.”
Publicado em VEJA São Paulo de 4 de novembro de 2020, edição nº 2711.
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