Personalidades falam sobre causas que pretendem abraçar em 2020
Eles se destacaram na Vejinha durante este ano
> Glamour Garcia, 31, ganhou o prêmio de atriz revelação do Troféu Domingão, na Rede Globo, por sua atuação como Britney, em A Dona do Pedaço, novela das 9 de Walcyr Carrasco. “Eu me tornei uma interface nacional e quero aproveitar para virar uma verdadeira militante da causa trans”, planeja. Glamour faz ações voluntárias para a Casa 1, centro de acolhida para LGBTs na Bela Vista. “Percebo que não é o suficiente, a população trans ainda precisa se empoderar bastante. Desejo colaborar também com outras ONGs.”
> Ao 80 anos, completados em dezembro, a estilista Helena Schargel diz que possui apenas um desejo para 2020. “Só peço a Deus que continue me dando saúde e disposição para me manter exatamente assim e seguir o trabalho”, afirma a designer de moda, que acaba de lançar sua terceira coleção de lingeries para mulheres acima dos 60 anos. “Todo mundo pode ser sexy, independentemente de tipo físico ou idade. Meu lema é: ‘Não se aposente de você mesmo’.” Além de criar coleções de roupas íntimas (“A tendência deste verão são as cores fortes, como o pink e o verde”, adianta), ela se tornou palestrante em 2019. Sentiu a necessidade de “democratizar” sua mensagem. “Quero fazer apresentações gratuitas em comunidades carentes, apresentar minha história para que todos questionem seus limites.”
> O jornalista Luís Ernesto Lacombe, 53, virou um dos assuntos mais comentados no Twitter e caiu nas graças de Bolsonaro ao se assumir um “homem conservador”. Seus planos para 2020? “Ficaria feliz se conseguisse ser mais bem preparado, criativo, proativo, eficiente, competente, resistente… A mudança que todo mundo deveria buscar é virar uma pessoa melhor a cada dia”, acredita o apresentador do Aqui na Band. Uma das ações para concretizar seus anseios é se reaproximar de Sandro “Testinha” Soares, que foi tema de uma reportagem sua há dez anos. Ele criou a ONG Social Skate, em Poá, e dava aulas para internos da Fundação Casa. “Já ajudei pontualmente uma aluna dele, mas agora quero ser mais presente”, planeja.
> A guinada esperada para 2020 pela jornalista Nathalia Arcuri, 34, certamente espelha a vontade de vários paulistanos: “Quero ter a sensação de que os impostos que eu pago são bem utilizados. Amaria que isso acontecesse, só para variar”. Educadora financeira, ela lançou em maio uma semana de aulas gratuitas com dicas para “sair do vermelho” e impactou 30 milhões de pessoas. Em 2020, deseja criar um programa contra a violência doméstica. “Boa parte das mulheres que sofrem abuso se submete à violência por ser dependente financeiramente. Minha missão é ensinar esse público a alcançar a independência.”
> A preocupação com o meio ambiente, que gera discussões mundiais, chegou à mesa do empresário Igor “Federal” Trafane, 47, considerado o “rei do pôquer”. Ele financia um projeto para a diminuição de lixo plástico nas grandes cidades. “Um amigo meu, Pedro Meirelles, cientista, desenvolveu uma tecnologia para reduzir esse tipo de detrito, e esperamos colocá-la para funcionar em 2020”, conta. Federal quer salvar o planeta e também seu corpo. Ele comemora ter abandonado o cigarro em 2019. Quer agora deixar de lado o sedentarismo. “Em 2020, eu irei ao médico com regularidade, me tornarei um praticante de exercícios e perderei 11 quilos”, promete.
> Ex-vendedor de coxinhas, o empresário José Carlos Semenzato, 51, construiu um império de franquias e comemorou a movimentação de 2,2 bilhões de reais em 2019 com doze marcas. “Pretendo lançar meu livro, misto de autobiografia e autoajuda, com o objetivo de inspirar jovens das comunidades brasileiras”, conta. Espera publicá-lo em maio. Como espécie de preparativo para as aulas para formar milionários, logo nas primeiras semanas, atuará na ONG Gerando Falcões, de Edu Lyra, que capacita jovens em favelas. “Acredito no ditado ‘Não dê o peixe, ensine a pescar’. Quero ajudar essas pessoas a competir em pé de igualdade no mercado de trabalho.”
> Este ano não foi fácil para a atriz Sara Sarres, 38. No dia da estreia do musical Escola do Rock, em agosto, seu pai sofreu um ataque do coração e morreu. “A vida passa rápido, e a gente precisa ficar mais perto de quem ama”, conclui. Ela organizou o calendário de 2020 para curtir mais a mãe, a professora Eliane, em Brasília, sua cidade natal. A soprano também quer ampliar as aulas gratuitas de seu estúdio de preparação vocal, na Bela Vista. Procura instruir novos talentos que não têm condições financeiras. “Nestes tempos difíceis, vale lembrar que a cultura é um pilar para uma sociedade melhor.”
Publicado em VEJA SÃO PAULO de 1 de janeiro de 2020, edição nº 2667.