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Metrô renova obras de arte da Linha Vermelha

Após meses de trabalho, projeto de restauro deu vida nova aos painéis das estações Sé, República e Anhangabaú

Por Humberto Abdo
Atualizado em 25 Maio 2024, 16h45 - Publicado em 24 Maio 2024, 11h26
Foto exibe homem de costas restaurando mural de azulejos em corredor do metrô
Momento Antropofágico com Oswald de Andrade (1990), de Antonio Peticov (Infoarte/Divulgação)
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Um alento em meio à correria do dia a dia, o acervo de mais de noventa obras de arte que adornam os corredores, plataformas, jardins e túneis do Metrô de São Paulo vem sendo restaurado pelo projeto Conservação de Obras de Arte em Espaços Públicos.

Finalizada neste mês, a quarta fase da necessária empreitada deixou tinindo quatro composições expostas nas estações Sé, República e Anhangabaú, todas da Linha Vermelha.

“É um acervo rico, capaz de melhorar a qualidade de vida de quem passa por ali”, avalia Eduardo Lara, sócio-diretor da InfoArte, produtora cultural responsável pela iniciativa.

Fileiras de paredes verdes com quadrados em tons diferentes
Na estação Sé, mural com 33 metros de comprimento foi produzido em 1978 pela ilustradora Renina Katz (Infoarte/Divulgação)

Com investimento de 450 000 reais, o processo de restauro começou em 25 de janeiro e envolveu técnicas de higienização, recuperação de superfícies e cores, retirada de manchas e polimento.

Na Sé, um mural com 33 metros de comprimento, produzido em 1978 pela ilustradora Renina Katz, foi retocado após anos de desgaste. “Como fica em um corredor, muita gente passa e acaba esbarrando.”

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Foto exibe homem de costas restaurando mural de azulejos em corredor do metrô
Restauro de mural de Antonio Peticov na Estação República do Metrô (InfoArte/Divulgação)

O trabalho mais deteriorado era o painel de 16 metros do artista plástico paulista Antonio Peticov, Momento Antropofágico com Oswald de Andrade (1990), instalado na República. “Além da limpeza e pintura, trocamos muitos dos azulejos, que estavam soltos devido à trepidação, e mudamos a iluminação para lâmpadas de LED”, detalha Eduardo.

Em alguns casos, o serviço só pode ser feito de madrugada, nas horas em que o metrô fica fechado, mas muitas dessas criações são renovadas à luz do dia.

Para a instalação In Vitro (2002), do artista carioca Mário Fraga, a equipe trabalhou quase dentro da via na Estação Anhangabaú, acessando a obra por cima do local onde circula o trem. Com essa “manobra”, reformaram 42 vitrais e dezoito espelhos coloridos acomodados em um vão atrás dos trilhos.

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Instalação de vidros retangulares expostos em vão de metrô, atrás dos trilhos
Instalação In Vitro (2002), do artista carioca Mário Fraga (InfoArte/Divulgação)

A obra Fiesta (1986), do pintor paulista Waldemar Zaidler, que decora a plataforma da Estação Sé, ainda reservava uma surpresa.

“No meio do trabalho, descobrimos algumas colagens que não estavam descritas”, conta o idealizador do projeto, sobre o painel de 10 metros de largura que retrata duas pessoas em um momento de celebração.

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Quadro em parede acinzentada exibe duas pessoas à esquerda e notas musicais saindo de instrumento à direita
Quadro Fiesta (1986), do pintor paulista Waldemar Zaidler, que decora a plataforma da Estação Sé (InfoArte/Divulgação)

Com previsão para começar no fim deste ano, a próxima leva de restauros já está sendo planejada pelo grupo e será voltada para obras de estações como Tatuapé, Paulista, São Bento e Ana Rosa.

“O objetivo não é só conservar a obra, mas voltar a atenção para ela e despertar a sensibilidade”, completa Eduardo.

Homem em guindaste restaura parte de quadro na parede
Restauro de obras no Metrô de São Paulo (InfoArte/Divulgação)
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Publicado em VEJA São Paulo de 24 de maio de 2024, edição nº 2894

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