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Hospital dos vibradores: o homem que conserta sex toys de todo o Brasil

Com oficina erótica no bairro da Penha, Bartô de Alencar "ressuscita" brinquedinhos adultos há 15 anos

Por Humberto Abdo
26 Maio 2023, 06h00
Homem branco de barba grisalha aparece sentado em frente a mesa com dildos, vibradores e ferramentas.
Hospital dos Vibradores: Bartô conserta sex toys na região da Penha. (Clayton Vieira/Veja SP)
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“Choveu de vibrador!”, relembra Bartô de Alencar, dono de uma “oficina erótica” na região da Penha, na Zona Leste, sobre o início de seu negócio. Especializado em consertos de brinquedos infantis desde 1986, o paulistano descobriu por acaso o ramo dos sex toys, ou brinquedos eróticos, que são hoje sua maior fonte de renda.

“Um casal chegou um dia perguntando se eu consertava qualquer tipo de brinquedo. Quando fui ver, o cara tinha colocado um pinto no balcão.”

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Mesa com ferramentas e vibradores coloridos. Aparece na foto uma mão ajustando um deles.
Hospital dos vibradores, na Penha. (Clayton Vieira/Veja SP)

Apesar da surpresa, o empresário descobriu que o passo a passo para reparar um brinquedinho adulto é igual a qualquer outro produto: às vezes a bateria está gasta, o motor quebrou ou, pior, a engenhoca deu “perda total”, normalmente quando o cliente exagera nos mergulhos com um modelo que promete ser à prova d’água. “Já falei para um dos nossos parceiros: só coloca na embalagem que é ‘resistente à água’, porque nenhum desses aguenta de verdade quando o pessoal leva para o chuveiro ou uma banheira.”

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Após o primeiro pedido, Bartô decidiu entrar em contato com algumas sex shops, que forneceram as primeiras levas de peças quebradas para seu negócio, rebatizado de Hospital dos Vibradores. Desde então, ele atende marcas e pessoas de todo o país e viu o movimento crescer principalmente após a pandemia — mas ainda recebe produtos infantis. “Agora o forte é o consumidor final e a maioria dos itens chega por correio.”

Os preços dos consertos costumam variar de 40 a 120 reais, mas podem ultrapassar essa quantia, já que o critério de definição é ser 30% do valor do brinquedo.

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Seu primeiro contato com o universo dos reparos foi em uma empresa ligada à fabricante Estrela, nos anos 1980. “Abri meu próprio negócio pouco tempo depois porque a demanda era muito grande. Ninguém consertava brinquedos antigamente, assim como hoje ninguém conserta vibrador”, observa ele, que garante ser o único “consertador” de vibradores no Brasil até o momento. “E hoje, a cada duas bonecas que chegam por aqui, entram pelo menos uns doze brinquedos eróticos.”

Homem de barba grisalha aparece de pé apoiado em prateleira com vibradores coloridos quebrados. Ele sorri, veste jeans e camiseta verde.
Bartô de Alencar, proprietário de oficina erótica. (Clayton Vieira/Veja SP)

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Publicado em VEJA São Paulo de 31 de maio de 2023, edição nº 2843

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