Banho quente: visitamos a maior sauna gay do Centro de São Paulo
Aberto 24 horas por dia no Largo do Arouche, Hotel Chilli prepara novo espaço de jogos e massagem e deve ganhar mais dois andares com suítes
“Duzentos e oito homens neste momento”, contabiliza a página do Hotel Chilli, atualizada em tempo real. Com três andares no Centro da cidade, a sauna gay aberta 24 horas por dia fervilha de clientes, que vão ganhar um novo espaço em junho deste ano, no mês da Parada do Orgulho LGBTQIAP+.
“Vamos abrir o Pantera Club Games, com fliperamas, mesa de massagem e barbearia funcionando lá dentro”, planeja Douglas Drumond, o proprietário. “E estou aguardando o laudo da prefeitura para saber se posso subir mais dois andares.”
Caso a expansão dê certo, ele espera aumentar o número de suítes com camas king-size. “A demanda eu já tenho.”
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Em endereços como esse, o “carro-chefe” costuma ser a experiência coletiva de apenas andar e beber pelado, mas na Chilli o objetivo é mais direto: entre as cabines privativas com camas de solteiro, o barulho de abre e fecha das portas se mistura com os gemidos, que deixam claro a proposta da casa.
Nas horas mais movimentadas, as saunas e piscinas caem no esquecimento e ficam vazias. É nas escadas e corredores que todo mundo circula, se esbarra e procura interagir — mas com a música e libido altas, não tem muito papo.
De madrugada, várias silhuetas masculinas se esfregam e se juntam no labiríntico 2º andar, iluminado apenas pela fraca luz vermelha que mal deixa enxergar um rosto, exceto nos chuveiros e em frente ao telão do cinema pornô instalado nos fundos.
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Para não dizer que o espaço inteiro funciona como um grande motel, o térreo tem uma pequena loja com dildos, camisetas e bonés à venda, além do bar (batizado de Piroca’s Bar), onde são servidos salgados e bebidas em um pequeno balcão.
Em datas esporádicas acontecem festas e eventos inusitados, como o Mister Piroca’s Bar, que elege o “dono do melhor pênis”.
Durante a semana, as noites temáticas atraem grupos específicos da comunidade gay. “Tem a terça do policial e a quinta dos ursos (homens parrudos e peludos), mas de sexta a domingo não damos nome, vem todo mundo mesmo.”
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Criado em uma família de hoteleiros de Minas Gerais, Douglas decidiu abrir o próprio negócio nos anos 2000. “Comecei com o Clube 269 na Bela Cintra, onde passei cinco anos, até mudar para o Largo do Arouche, embora tivesse preconceito, pois queria ficar perto da Augusta e da Paulista”, conta.
“Quando morei em São Francisco, nos Estados Unidos, conheci uma casa de banhos com esse formato e vi que daria muita grana no Brasil.” Sem saber ao certo se é dia ou noite, perder a hora em lugares como esse sempre foi um comportamento comum de quem frequenta, segundo ele.
“Tem gente que entra no clima de ‘quero ficar aqui pra sempre’. Mas o limite é de 48 horas!”
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