Animália Park abriga primeira família de gorilas
Quatro machos trazidos de Belo Horizonte são os novos moradores de zoológico em Cotia
Uma família de gorilas acaba de se mudar para São Paulo. Em Cotia, na região metropolitana da capital, o Animália Park reservou uma área de 2 650 metros quadrados para acomodar os quatro animais recém-chegados ao zoológico que integra o complexo de diversão e conservação ambiental, inaugurado no fim de 2023.
“Ficamos quase três anos construindo o espaço deles”, conta Marco Majolo, 51, biólogo e diretor técnico da instituição.
A chegada dos gorilas, no dia 13 de maio, faz parte do trabalho de preservação do parque, que mantém ações e pesquisas voltadas à conservação da biodiversidade e cuida de cerca de 1 500 animais, com espécies nativas dos cinco continentes.
Da subespécie Gorilla gorilla, ou gorila-ocidental, o novo grupo é composto pelo macho Leon e seus três filhos, Sawidi, Jahari e Ayô, todos transferidos do Zoológico de Belo Horizonte — para que não cruzassem com a mãe, o que poderia acarretar doenças, ela precisou ficar por lá.
Leon tem 26 anos e é o único “estrangeiro”, nascido em Israel e realocado na Espanha antes de vir para o Brasil. Essa espécie está na ala dos animais ameaçados de extinção, de acordo com a Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais.
“Eles são extremamente dóceis, inteligentes e vegetarianos, então têm um metabolismo mais lento e não são agressivos”, explica Marco.
Cada um deles consome cerca de 40 quilos de alimentos por dia, entre hortaliças, legumes e ração. “E são também muito ligados ao alfa, o pai, que fica 100% do tempo focado na dominância do grupo. Basta uma troca de olhares para os filhotes entenderem o que podem ou não fazer.”
Para receber os novos moradores, o Animália recorreu ao Programa Ex-Situ de Gorilas (GEPP), coordenado pela Sociedade Europeia de Zoológicos e Aquários.
“Nossa equipe foi até Minas Gerais para uma imersão e tivemos várias visitas técnicas de especialistas”, diz Marco.
Nos próximos anos, a ideia é receber fêmeas para integrar o grupo, assim como tem sido feito com outras espécies — em breve, devem chegar da França três fêmeas de cachorro-vinagre, nativo da América do Sul.
“Estamos priorizando os programas de conservação já consolidados e que trabalham com espécies bem críticas e ameaçadas. Queremos fazer nossa parte ao trazer uma nova visão de zoológico, com o bem-estar animal como pilar principal”, completa.
Publicado em VEJA São Paulo de 14 de junho de 2024, edição nº 2897