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São Paulo nas Alturas

Por Raul Juste Lores Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Redator-chefe de Veja São Paulo, é autor do livro "São Paulo nas Alturas", sobre a Pauliceia dos anos 50. Ex-correspondente em Pequim, Nova York, Washington e Buenos Aires, escreve sobre urbanismo e arquitetura

Edifício Azul e Branco tem manual contra reformas sem noção

Proibição inclui que terraços não sejam fechados por vidros. Há também regras sobre como instalar o ar condicionado sem arruinar a fachada

Por Raul Juste Lores
Atualizado em 10 Maio 2019, 06h00 - Publicado em 10 Maio 2019, 06h00
Edifício Azul e Branco (1958), na Oscar Freire, possui manual para restaurações e reformas (Raul Juste Lores/Veja SP)
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Não há projeto arquitetônico sofisticado que resista a síndicos, moradores e reformas desastradas. São Paulo está cheia de bons projetos mutilados. Por isso o Edifício Azul e Branco (1958), na Oscar Freire, é tão inspirador.

Edifício Azul e Branco
O artista plástico Hércules Barsotti, que morava no endereço, doou gravuras para as áreas comum (Raul Juste Lores/Veja SP)

Nos últimos dez anos, a síndica Elzbieta Klabinska instituiu um manual que estipula desde como esquadrias devem ser restauradas até como fazer a instalação de aparelhos de ar condicionado, sem arruinar as fachadas. Terraços não podem ser fechados por vidros (é claro). Pisos de granilite que haviam sido cobertos por materiais baratos foram recuperados, e lustres coloniais de madeira, que nada tinham a ver com a arquitetura original, substituídos.

Edifício Azul e Branco
Edifício Azul e Branco: obras do engenheiro incorporador judeu polonês Arão Sahm com o arquiteto italiano Guido Gregorini (Raul Juste Lores/Veja SP)

Pouco antes de morrer, o artista plástico Hércules Barsotti, que morava ali, doou várias gravuras para as áreas comuns. Até a indefectível guarita é revestida de pastilhas nas cores que batizam o prédio. Desse jeito, dá gosto admirar uma das melhores obras do engenheiroincorporador judeu polonês Arão Sahm com o arquiteto italiano Guido Gregorini. Como a síndica Elzbieta, eles também eram imigrantes que trataram nossa paisagem com capricho.

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Edifício Azul e Branco
Edifício Azul e Branco (1958), na Oscar Freire, possui manual para restaurações e reformas (Raul Juste Lores/Veja SP)

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 15 de maio de 2019, edição nº 2634.

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