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20 coisas para entender o que é ser baiano

1. Sorria, você está na Bahia! Acredite: a frase acima não é apenas um slogan para atrair turista! O sorriso faz parte do DNA do povo baiano, em geral muito hospitaleiro e que se esforça para deixar o outro sempre à vontade. Basta alguém pedir uma informação na rua e pronto: o baiano responde, o […]

Por Redação
Atualizado em 26 fev 2017, 15h13 - Publicado em 4 ago 2015, 22h09
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1. Sorria, você está na Bahia!

Acredite: a frase acima não é apenas um slogan para atrair turista! O sorriso faz parte do DNA do povo baiano, em geral muito hospitaleiro e que se esforça para deixar o outro sempre à vontade. Basta alguém pedir uma informação na rua e pronto: o baiano responde, o outro baiano estica a conversa e em poucos minutos eles já estão conversando como se fossem velhos conhecidos.

SALVADOR-ELEVADOR LACERDAvalter pontes

Baía de Todos-os-Santos e Elevador Lacerda: vista de cartão-postal (Foto: Valter Pontes)

2. Baianos gostam de levar “coisas” para benzer na Igreja do Bonfim

Carro, chave da casa, filho recém-nascido, objetos em gratidão à cura de uma doença… Levar de um tudo para benzer na Igreja do Nosso Senhor do Bonfim é uma tradição entre muitos soteropolitanos e também entre baianos que vivem em outras cidades.

Igreja Nosso Senhor do Bonfim (Foto: Max Haack/Prefeitura de Salvador)

Igreja Nosso Senhor do Bonfim (Foto: Max Haack/Prefeitura de Salvador)

 3. E também amarram a fitinha do Bonfim em tudo – principalmente no carro

Difícil encontrar um baiano que não carregue no braço ou em outro objeto pessoal uma fitinha do Bonfim. E se ele tiver carro, a chance da fitinha estar amarrada nele é muito grande. Em geral, as fitinhas são presas no retrovisor interno ou no câmbio do veículo como manda o ritual, com três nós e três pedidos.

Fitas do Senhor do Bonfim: três nós e três pedidos (Foto: Manu Dias/ GOVBA)

Fitas do Senhor do Bonfim: três nós e três pedidos (Foto: Manu Dias/ GOVBA)

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4. Sexta-feira é dia de vestir branco

Por superstição ou crença, muitos baianos usam roupas brancas no último dia útil da semana. O costume vem do candomblé, mas faz parte da rotina de pessoas de diferentes religiões e é passado de geração a geração. É um gesto simbólico para pedir paz e agradecer a todas as bênçãos da semana.

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5. Baiano não vive na rede

Claro que se possível fosse, ninguém dispensaria a moleza. Mas aquela história de que baiano fica na rede o ano inteiro e levanta só para pular Carnaval é pura lenda. Como em todas as regiões do país, a maior parte dos baianos trabalha (e muito) o ano inteiro. E, surpresa: quando chega o Carnaval, não são poucos os soteropolitanos que deixam sua terra natal para o turista e aproveitam o feriadão para “pular” fora da cidade.

Carnaval 2015: foliões curtindo ao som da Banda Cheiro de Amor (Foto: Tatiana Azeviche/Setur)

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6. A Festa de São João é praticamente outro Carnaval

Baianos aguardam ansiosamente pela época de São João, no mês de junho, quando o estado inteiro vira uma grande festa. O clima na capital é sentido na decoração, nos shows e nas comidinhas típicas da época, como cuscuz, milho, amendoim cozido, bolo de carimã, bolo de aipim e licores de todos os sabores. Porém, na semana do dia 24 de junho (o dia de São João propriamente dito) muitos moradores vão para as festas no interior, em cidades como Serrinha, Amargosa, Senhor do Bonfim, Santo Antônio de Jesus e Cruz das Almas.

Festa de São João, no Pelourinho: mês de junho animado (Foto: Amanda Oliveira/GOVBA)

Festa de São João, no Pelourinho: mês de junho animado (Foto: Amanda Oliveira/GOVBA)

 7. Que Fla-Flu, que Gre-Nal… Em Salvador, clássico mesmo é Ba-Vi

A rivalidade entre os torcedores do Bahia e do Vitória vem desde a década de 1930 e o clima de disputa e as gozações agitam toda a capital em semana de clássico. Além de ir ao estádio, os torcedores lotam os bares da cidade.

Ba-Vi na inauguração da Arena Fonte Nova, em 2013: Vitória fez a festa com o 5 x 1 (Foto: André Fofano)

Ba-Vi na inauguração da Arena Fonte Nova, em 2013: Vitória fez a festa com o 5 x 1 (Foto: André Fofano)

Quando o assunto é comida…

8. Tem atum que não é peixe

O pescado é utilizado na cozinha de Salvador, mas também se chama atum um delicioso doce de banana coberto de açúcar.

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9. Roupa velha não é só um vestuário fora de combate

É também um prato muito comum às segundas-feiras ou, em outras palavras, o famoso “restôdonté”: depois de desfiadas, as sobras de carnes da feijoada tradicionalmente servida aos domingos são refogadas na frigideira com temperos e azeite de dendê. A “roupa velha” vai à mesa com farinha ou arroz.

10. Moqueca é diferente de ensopado

Apesar do modo de preparo parecido, há diferenças: a moqueca, além do leite de coco, leva ainda azeite de dendê, o que resulta em um prato mais saboroso e também mais calórico.

Moqueca da Casa de Tereza: endereço premiado por Veja Comer & Beber (Foto: Ligia Skowronski)

11. Azeite doce nada mais é…

Do que o azeite de oliva. Fala-se assim para diferencia-lo do azeite de dendê.

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12. Comer queimado

Não quer dizer que a comida passou do ponto. Na Bahia, queimado é também usado para bala ou bombom.

13. Tem chumbinho na panela

E não é de veneno que estamos falando. Na Bahia, também chama chumbinho um tipo de marisco fácil de encontrar nos manguezais do Recôncavo, muito usado nas moquecas. Ele também pode ser chamado de papa-fumo, burdigão, fuminha, fumo-de-rolo, samanguiá, vôngole, sarnambi…

14. A frigideira é de comer

Além de utensílio, a frigideira é uma receita feita a base de ovos, temperos e, eventualmente, batatas. Quando pronta, ela se parece muito com uma torta de forno e pode levar no recheio ingredientes como siri catado, camarão ou bacalhau.

15. Baiano que é baiano, ama pão delícia…

Esse pãozinho está para os baianos assim como o pão de queijo está para os mineiros. É vendido em lanchonetes, padarias e supermercados e costuma aparecer até em festas de casamento. A massa leve, fofinha e polvilhada de queijo parmesão pode ainda ser recheada de catupiry (é a versão mais comum), cheddar, atum, patê de peito de peru…

O pão delícia da Pãozinho do Céu: loja fica no Rio Vermelho (Foto: Ligia Skowornski)

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16. …Não abre mão de tomar um picolé Capelinha na praia

O famoso picolé surgiu na década de 1970, na Capelinha de São Caetano, e logo virou febre nos verões da capital. Atualmente, há muitos genéricos dele pelas praias, mas o original vem com o nome carimbado no palito – ou seja, é preciso tomar o picolé para descobrir!

17. … E tem um acarajé para chamar de seu

A maioria dos baianos tem o seu acarajé preferido sim, mas eles não são necessariamente os famosos bolinhos vendidos nos tabuleiros da Dinha ou da Cira, cuja fama extrapolou os limites soteropolitanos. O melhor acarajé de um baiano pode estar ali, pertinho de sua casa ou do seu trabalho e tentar chegar a um consenso sobre o tema é pura perda de tempo.

Acarajé: o quitute mais famoso das ruas de Salvador (Foto: Leo Feltran)

Acarajé: o quitute mais famoso das ruas de Salvador (Foto: Leo Feltran)

18. Quente ou frio?

Agora se tem coisa que faz um baiano rir com vontade é ver um turista passando apuros por causa do excesso de pimenta no acarajé. Todo mundo sabe, mas não custa repetir: quando uma baiana pergunta “quente ou frio”, ela não está se referindo à temperatura do bolinho, mas à quantidade de pimenta que ela deve colocar. Quem responde “quente” deve estar preparado, pois elas não costumam economizar.

19. Ainda ao redor do tabuleiro…

Não pense bobagem se ouvir alguém dizer “punheta”. A palavra também é usada para designar o bolinho de estudante (quitute doce à base de tapioca e coco), como sentenciou Jorge Amado em O Sumiço da Santa: “E tu não sabe menina? Olha que tu sabe muito bem, o nome é punheta, bolinho de estudante é pronúncia de besta!”.

Bolinho de estudante: de tapioca e coco (Foto: Mauro de Holanda)

20. E ainda têm as gírias…

Baiano não bebe muita cerveja ou outra bebida alcoólica. Come água.

Baiano não pega ônibus. Pega o buzu.

Baiano não foge da chuva. Foge do toró.

Baiano não fica chateado. Fica virado no estopo ou retado.

Baiano não diz “evite isso/aquilo/aquele lugar, é perigoso”. Diz “não vá que é barril”.

Baiano não vai para um banquete. Vai para um regabofe.

Baiano não vai para a festa. Vai para um reggae, independente do estilo musical da festa.

Baiano não chama para ir embora. Diz “borimbora”.

Baiano não diz que não vai. Diz “quem vai é o coelho!”

Baiano não diz “duvido”. Diz “eu quero é prova e R$ 1,00 de big-big”. 

Baiano não vai jogar futebol. Vai pegar um baba.

Baiano não fala “de modo nenhum”. Diz “quem é doido?!” ou “aooonde!”.

Baiano não diz “Meu aniversário é daqui a sete dias”. Diz “meu aniversário é de hoje a oito”.

Baiano não diz “fiquei três horas esperando”. Diz “fiquei três horas de relógio esperando”.

Baiano diz “ôxe” a toda hora. Ôoooxe… E quem disse que baiano fala ôxe?

Por Joana Maltez, para Veja Salvador

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