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Poder SP - Por Sérgio Quintella

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Justiça decreta prisão de diretora de escola acusada de maus-tratos

Vídeos mostram crianças chorando enquanto estão amarradas em cadeirinhas com lençóis

Por Sérgio Quintella Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Guilherme Queiroz
Atualizado em 23 mar 2022, 15h21 - Publicado em 23 mar 2022, 14h35
Imagem mostra fachada da escola, pintada com desenhos infantis
Escolinha Colmeia Mágica, acusada de cometer maus-tratos (Reprodução/Divulgação)
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O Tribunal de Justiça de São Paulo atendeu ao pedido da Polícia Civil e decretou a prisão temporária da diretora da Escola de Educação Infantil Colmeia Mágica, Roberta Regina Serme Coutinho da Silva

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Uma investigação foi aberta contra a instituição pela polícia após vídeos que circulavam nas redes sociais mostrarem crianças amarrados com lençóis em cadeirinhas em um banheiro da escola. A unidade de ensino, que fica na Zona Leste da capital paulista, na Vila Formosa, foi alvo de uma operação de busca e apreensão.

A juíza Gabriela Marques da Silva Bertoli também autorizou, além da prisão temporária de 30 dias de Roberta, busca e apreensão nos endereços da diretora. No despacho, a magistrada disse que, na rua, a acusada pode representar risco à investigação. “Evidencia-se, ainda, a imprescindibilidade da prisão temporária para o regular andamento das investigações e esclarecimento dos fatos delitivos, visando à garantia da persecução penal. Ademais, considerando a gravidade concreta dos crimes praticados, denota-se a periculosidade da representada, sendo que a manutenção da liberdade, neste momento, poderia frustrar o intento investigativo, visto que, conforme relatório investigativo, Roberta não foi vista em sua residência e no local dos fatos desde 12/03/2022”.

No dia 21, a defesa da diretora entrou com um pedido de habeas corpus alegando não haver motivos para a decretação de sua prisão. “Cobra relevo destacar que as investigadas assumem, desde a deflagração das alarmantes denúncias, tal qual se demonstrarão infundadas estas notícias infamantes – uma postura absolutamente colaborativa, não dificultando, de modo algum, a atuação dos órgãos estatais, ao revés, conforme vem diligenciando o signatário da presente, em busca da realização de uma defesa colaborativa, tendo inclusive esta defesa instaurado procedimento investigativo defensivo”, escreveu o advogado Cláudio André Acosta Dias. 

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Em depoimento para a polícia, Roberta e sua irmã, Fernanda Serme da Silva, as proprietária da escola, negaram os maus-tratos. Funcionário ouvidos pela investigação, no entanto, relataram que as crianças do berçário, quando “choravam incessantemente”, eram amarradas em lençóis e presas em bebês-conforto dentro de um banheiro com a porta fechada, escuro e sem ventilação.

Ainda segundo os depoimentos Roberta mandava cobertores serem colocados na cabeça das crianças para “abafar o choro ou forçá-las a dormir”. As crianças maiores seriam castigadas com castigos corporais quando praticavam atos de “indisciplina”, deixadas de pé por horas na sala da diretora, sentadas no chão ou em cadeiras, sem poder “comer sair, ou ir ao banheiro”. Muitas dessas crianças aparecem em imagens enviadas à Polícia Civil.

A diretora é mencionada também em outras duas investigações. Na primeira, a morte de uma criança de quatro meses que ocorreu em 2010, na escola. A mãe narrou que a filha de 4 meses chegou em casa com as pálpebras inchadas “como se tivesse chorado muito” e, no outro dia, a criança passou mal e chegou morta ao hospital. O caso foi registrado com morte suspeita.

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O segundo caso, de 2014, Roberta é acusada pela mãe de um aluno de ter agredido o menino dentro da instituição.

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