O hiato pandêmico não foi mau para o Riviera Bar. O público retornou em peso — e parte debutou — ao ponto boêmio cheio de história, que reabriu em fevereiro e voltou a ficar na moda. Contam pontos a localização, na esquina da Avenida Paulista com a Rua da Consolação, e o novo funcionamento 24 horas — não estranhe se chegar depois da meia-noite e encontrar espera.

O icônico balcão vermelho no térreo é livre e quem tiver sorte descolará uma banqueta. Caso contrário, vai bebericar em pé no meio da muvuca ou na área de fumantes. Agora, quem preferir um lugar no salão de cima, que passou por uma maquiada antes da reabertura, com sofazinhos de veludo rosa, neons avermelhados, tapetes, luminárias curvas ao lado das mesas (cuidado com a cabeça!) e visão para a Avenida Doutor Arnaldo, precisará deixar o nome numa lista e aguardar ser chamado, para então ser conduzido por recepcionistas escada acima.

Vale lembrar que esse espaço não funciona das 4h às 7h dos sábados e domingos. A parte etílica tem se saído bem (álcool é vetado das 7h às 9h, o.k.?). O chope Brahma no copo rabo de peixe (R$ 10,90) é bem tirado, e boa parte dos drinques provados em duas visitas foi bem preparada.

Espertamente, a carta está repleta de receitas de bartenders de peso, convidados pelo grupo que administra a casa, o Fábrica de Bares (o mesmo do Bar Brahma e do Bar dos Arcos). Mas dá para viver bem com os clássicos. É o caso do ótimo rabo de galo, feito com cachaça envelhecida, Cynar e Angostura no copo com gelão (R$ 29,00), e do vesper martini (gim, vodca, Lillet Blanc; R$ 38,00). Conselho amigo: fuja das batidas (a partir de R$ 25,00), hiperalcoólicas, de queimar a garganta.

O cardápio, que é apenas digital e vez ou outra pode sair do ar (sim, aconteceu, e não havia alternativa em papel), varia no decorrer do dia — das 6h às 10h tem apenas café da manhã. Na maior parte do tempo é possível pedir o nostálgico coquetel de camarão (R$ 59,00), um trio de crustáceos pendurado numa taça repleta de molho golf (feito aqui com creme de leite, ketchup, mostarda e gim) ao lado de grissini de massa folhada. Como vem muito mais molho que camarão, a dica é usar o que sobrar para lambuzar nas batatas fritas crocantes (R$ 18,00).

Resgatado de cardápios do passado, o lancha à parmegiana (R$ 39,00) traz um bife de bombom de alcatra empanado com molho de tomate e muçarela mais tomate na ciabatta, que poderia ser menos borrachuda. Por mais R$ 12,00, chope ou soda italiana mais fritas vêm no combo.

Como uma casa de funcionamento non-stop, a probabilidade de as coisas terem altos e baixos é grande — nas visitas, o serviço se mostrou muito mais eficiente na hora do almoço no meio da semana do que na madrugada.

Avaliação: BOM (✪✪✪)

Riviera Bar
Avenida Paulista, 2584, tel. 94746-1951 (140 lugares). 24 horas.
Tem acessibilidade.
rivierabarerestaurante.com.br

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