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Notas Etílicas - Por Saulo Yassuda

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O jornalista Saulo Yassuda cobre cultura e gastronomia. Faz críticas de bares na Vejinha há dez anos. Dá pitacos sobre vinhos, destilados e outros assuntos
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Edith, no centro, tem climinha francês e coquetéis de Rafael Mariachi

O profissional de bebidas retorna ao mundo dos bares depois de dez anos trabalhando nos bastidores

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12 abr 2024, 06h00
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Le mystère de la poire e cherie: drinques do Edith (Ligia Skowronski/Veja SP)
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Pode-se falar que Rafael Ramos Pereira, ou melhor, Rafael Mariachi, fez de tudo um pouco na carreira, iniciada em 1999. Como bartender, deu expediente tanto em inferninhos obscuros quanto em lugares da moda, como o extinto restaurante P.J. Clarke’s e o Boteco São Bento. Deixou os balcões de lado uma década atrás para trabalhar nos bastidores, com marcas de bebida.

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Em mais um movimento na trajetória, retorna ao mundo dos bares: em janeiro, abriu o Edith, no centro. O nome da casa, homenagem à cantora francesa Édith Piaf, entrega a inspiração do lugar, estacionado no salão antigo do vietnamita Bia Hoi, agora com paredes vermelhas e espelhos mil.

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Rafael Mariachi e Dani Borges: sócios do Edith (Ligia Skowronski/Veja SP)

O anfitrião recebe a clientela e entrega alguns pedidos enquanto a bartender Estella Moraes faz os drinques da carta dele. São clássicos e criações, algumas com nomes compridos que vale mais a pena apontar no cardápio do que recitar. É o caso d’o absurdo transparente de camus (gim, amaro branco, Lillet Blanc e licor de café translúcido; R$ 39,00), para fãs de café, e do le mystère de la poire (gim saborizado de pera, chá de camomila, jerez fino e redução de espumante; R$ 39,00), para quem não curte perceber tanto o álcool na boca.

Merece destaque também o ótimo cherie (R$ 42,00), adocicada e corpulenta mistura de conhaque, cachaça branca, vermute tinto, creme de cacau e bitter aromático de cereja.

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A bartender Estella Moraes: do Edith (Ligia Skowronski/Veja SP)

O menu de petiscos é de Dani Borges, chef do Bia Hoi, que toca o negócio com Mariachi. Boa ideia para beliscar, a tábua de queijos brasileiros, peito de pato curado, copa lombo defumada, crackers de gergelim e geleia de cebola-roxa ou tomate sai por R$ 67,00. Uma pena, os mexilhões ao alho e vinho branco (R$ 45,00) estavam secos numa das visitas.

Avaliação: BOM (✪✪✪)

Edith

Rua Rego Freitas, 516, centro. Não tem telefone. Tem acessibilidade.
Das 12h às 15h e 19h às 0h (sexta jantar até 1h; sábado 13h às 1h; domingo 13h às 21h; fecha terça e último domingo do mês).

Confira o cardápio:

Cardápio Edith
(Edith/Divulgação)

Publicado em VEJA São Paulo de 12 de abril de 2024, edição nº 2888

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