Separar a obra do artista? Peça traz discussão a partir de Renoir
"Renoir - A Beleza Permanece" estreia nesta sexta (7), no Teatro do Masp, e reflete sobre aspectos bons e ruins do legado do impressionista
Um grupo de manifestantes se reuniu em frente ao Museu de Belas Artes de Boston, nos Estados Unidos, com uma reivindicação: a retirada dos quadros de Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) da instituição. O pequeno contingente raivoso, em 2015, “denunciava” a “falta de técnica” do francês e segurava cartazes que diziam “Deus odeia Renoir” e algo como “Renoir pinta mal”. Embora um tanto satírico, o episódio integra uma discussão relevante e atual sobre separar ou não o artista da obra. Esse é o tema de Renoir — A Beleza Permanece, com texto de Rogério Corrêa e direção de Isaac Bernat, que estreia nesta sexta (7) no Teatro do Masp.
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O espetáculo começa com a curadora Lúcia Cohen (vivida por Clara Santhana) ministrando uma palestra sobre o legado do artista. Junto do ativista Dereck Jameson (Izak Dahora), líder do movimento anti-Renoir, ela participa de uma entrevista a respeito do pintor em uma emissora sensacionalista de rádio. Em uma retrospectiva sobre vida e obra do impressionista, o próprio Renoir (Isio Ghelman) aparece em conversas imaginárias com Lúcia, e outras questões a respeito dele são discutidas, como a objetificação do corpo feminino em algumas obras. (60min). 14 anos.
Teatro do Masp. Avenida Paulista, 1578, ☎ 3149-5959. ♿ Qui. a sáb., 20h. Dom., 18h. R$ 60,00. Até 16/10. masp.org.br.
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Publicado em VEJA São Paulo de 12 de outubro de 2022, edição nº 2810