“Chaves — Um Tributo Musical”: espetáculo revela melancolia do personagem
Sob a direção de Zé Henrique de Paula, a montagem é uma nada óbvia versão dos personagens televisivos que fazem a alegria de gerações
Caso você nunca tenha sido fã da série mexicana exibida pelo SBT, por favor, deixe o preconceito em casa. O espetáculo Chaves — Um Tributo Musical, com texto e canções de Fernanda Maia, sob a direção de Zé Henrique de Paula, é uma nada óbvia versão dos personagens que fazem a alegria de gerações.
Para causar tamanha surpresa foi escrita uma história original. Criador do emblemático personagem, Roberto Gómez Bolaños, o Chespirito (interpretado por Fabiano Augusto) morreu e encontra resistência em ser aceito no céu dos palhaços. Afinal, ele não se veste como tal e dispensa a maquiagem e o nariz. Para convencer o pessoal lá de cima, o humorista organiza uma visita à terra e apresenta os bastidores do programa que idealizou e diverte o povo.
É nessa hora que aparecem o menino do título (defendido por Mateus Ribeiro), Chiquinha (Carol Costa), Quico (Diego Velloso), Dona Clotilde (Andrezza Massei) e todos os moradores da vila. Entre as clássicas trapalhadas, a autora e o diretor aprontam uma ousadia para o público. Chaves é desenhado de forma melancólica, que evidencia o seu perfil de menor abandonado, garoto faminto, bem tratado por uns e sempre alvo da desconfiança de todos.
Mesmo que Ribeiro e Augusto sejam destaques naturais, o elenco homogêneo fortalece o bem-sucedido resultado, que, é óbvio, arranca risadas, mas, principalmente, se destaca pelo caráter comovente (150min, com intervalo). Estreou em 23/8/2019. Livre.
+ Teatro Opus. Shopping Villa-Lobos. Sexta, 21h; sábado, 16h e 20h; domingo, 15h e 19h. R$ 75,00 a R$ 120,00. Até o dia 29.