Duas peças que retratam a aids
'Boy', com Gil Hernández, e 'A Doença do Outro', com Ronaldo Serruya, são dois solos que debatem as questões sociais relacionadas ao vírus
No solo Boy, de Rogério Corrêa, em cartaz na Galeria Café, Gil Hernández vive Fernando, um garoto de programa que trabalha em uma sauna gay desde o governo Collor, nos anos 90. Em 2022, trinta anos após o impeachment do expresidente, ele está no bar da sauna e relembra como aqueles anos marcaram sua vida. A partir das memórias, o personagem retrata uma época conturbada do país: o surto de aids, que causou a morte de vários de seus amigos, a crise política, econômica e social e o fim da ditadura. A direção é de Isaac Bernat, que fez parte do elenco de uma das primeiras peças no Brasil sobre a aids, Por Que Eu? (1987), dirigida por Roberto Vignati.
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Outro solo a retratar as questões sociais que envolvem a aids é A Doença do Outro, em cartaz no Sesc Ipiranga. A peça-manifesto tem Ronaldo Serruya em uma “celebração à vida”, em que debate preconceitos e estigmas que envolvem os portadores do vírus, a partir de um jogo de interação com a plateia. Projeções de videografismo no cenário e no próprio figurino branco do ator e idealizador, diagnosticado com o vírus em 2014, acrescentam teatralidade ao espetáculo. A direção é de Fabiano Dadado de Freitas.
Boy. (45min). 18 anos. Galeria Café. Praça Benedito Calixto, 103, Pinheiros. ♿ Qui. e sex., 21h. R$ 40,00 e R$ 50,00 (on-line e na porta, respectivamente). Até 25/11. galeriacafe. com.br. A Doença do Outro. (60min). 14 anos. Sesc Ipiranga. Rua Bom Pastor, 822, Ipiranga, ☎ 3340-2000. ♿ Sex., 21h30. Sáb., 19h30. Dom., 18h30. R$ 30,00. Até 11/12. sesc.org.br.
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Publicado em VEJA São Paulo de 23 de novembro de 2022, edição nº 2816