Repertório recheado de hits, tombo de Dave Grohl e pedido de casamento marcam apresentação do Foo Fighters no Estádio do Morumbi
Voltemos um pouco no tempo. É outubro de 2012 e Dave Grohl anuncia o fim do Foo Fighters depois de uma bem sucedida turnê para Wasting Light (2011), álbum que inclusive trouxe a banda como headliner da primeira edição paulistana do Lollapalooza alguns meses antes. A comoção é generalizada e as redes sociais são tomadas […]
Voltemos um pouco no tempo. É outubro de 2012 e Dave Grohl anuncia o fim do Foo Fighters depois de uma bem sucedida turnê para Wasting Light (2011), álbum que inclusive trouxe a banda como headliner da primeira edição paulistana do Lollapalooza alguns meses antes. A comoção é generalizada e as redes sociais são tomadas por declarações de amor ao conjunto: “a última grande banda de rock” acabou e não há nada que possa ser feito.
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Oito meses depois e o “hiato” chegava ao fim. O grupo estava em estúdio novamente, já gravando o trabalho seguinte. Tratava-se de Sonic Highways (2014), ambicioso projeto no qual o quinteto, com o objetivo de “escrever uma carta de amor à música americana”, percorreu oito cidades dos Estados Unidos registrando uma faixa em cada uma delas.
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O resultado, na verdade, foi só redundante e pouco teve a ver com o que de melhor já foi produzido naquele país, mais parecendo uma “carta de amor” à música do próprio Foo Fighters. Em outras palavras: todo o discurso acabou soando apenas como um esforço gigantesco para encontrar algo que justificasse aquele novo disco.
Na última sexta (23), Grohl (voz e guitarra), Chris Shiflett e Pat Smear (guitarra), Nate Mendel (baixo) e Taylor Hawkins (bateria) se apresentaram no Estádio do Morumbi para 67 000 pessoas que, alheias a tudo isso, enfrentaram trânsito e chuva para assisti-los. Os cinco mais o tecladista de apoio, Rami Jaffee, tocaram 23 músicas em um set que durou quase três horas. A favor deles, um repertório potente, com diversos hits, a exemplo de Learn To Fly, My Hero e Monkey Wrench.
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O show começou intimista, com os acordes da nova Something From Nothing, execução que foi prejudicada pelo som absurdamente baixo das caixas. O piso molhado fez com que Grohl levasse um tombo logo na primeira música, levantando imediatamente, como se nada tivesse acontecido. A calmaria teve fim logo na sequência com a acelerada The Pretender, que animou algumas pessoas da plateia a abrir rodas de pogo. Além da faixa de abertura, só Congregation e Outside defenderam o disco mais recente.
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Na metade da parte acústica do espetáculo, quando Grohl tocou sozinho Skin and Bones e Wheels, uma surpresa. Um fã, com a autorização do astro, subiu ao palco e chamou a namorada para acompanhá-lo. Assumiu o microfone e pediu a moça em casamento na frente de uma plateia toda derretida. De Lady Gaga à Bruce Springsteen, a estratégia sempre dá certo.
O tradicional bloco de covers foi um dos pontos altos da exibição. Tiveram espaço Detroit Rock City, do KISS, Stay With Me, do Faces, Tie Your Mother Down, do Queen, e Under Pressure, parceria do Queen com David Bowie. O carismático Taylor Hawkings assumiu os vocais na terceira canção, o que levou Grohl a pegar as baquetas e relembrar os tempos de baterista. Best of You e Everlong encerraram a noite. Dos metaleiros veteranos aos jovens bem-comportados que foram ao Morumbi, curiosamente o mesmo palco do histórico show do Nirvana em 16 de janeiro de 1993, ninguém pareceu insatisfeito com o que assistiu.
Assista ao vídeo do pedido de casamento:
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=O3qbB6-i3Lw?feature=oembed&w=500&h=375%5D