Vendem-se antigos bingos
Não tem sido fácil, mas imóveis onde até 2007 funcionaram alguns dos maiores e mais movimentados bingos da cidade continuam à procura de locatários ou compradores. Na Rua Pamplona, nos Jardins, placas de diversas imobiliárias seguem afixadas há cerca de três anos no antigo Bingo Pamplona. Nem mesmo a excelente localização fez com que o ponto […]
Não tem sido fácil, mas imóveis onde até 2007 funcionaram alguns dos maiores e mais movimentados bingos da cidade continuam à procura de locatários ou compradores. Na Rua Pamplona, nos Jardins, placas de diversas imobiliárias seguem afixadas há cerca de três anos no antigo Bingo Pamplona. Nem mesmo a excelente localização fez com que o ponto fosse passado adiante. Situação semelhante acontece na Avenida Sumaré, em Perdizes, onde funcionava o Bingo Imperador. O imóvel, cujo IPTU é de cerca de 260 000 reais, segue em busca de compradores. A corretora Valentina Caran chegou a intermediar a locação do prédio em 2011, mas a negociação não foi adiante. O alto preço ajuda a entender por que esses imóveis estão encalhados: a ocupação do antigo Bingo Sumaré, por exemplo, saía em torno de 300 000 reais mensais.
Os bingos foram regularizados após a aprovação da Lei Zico, de 1993. Parte da arrecadação ia para entidades esportivas e filantrópicas. Caíram na clandestinidade a partir de 2001, quando as autorizações de funcionamento foram cassadas. Vários deles, porém, seguiram na ativa apoiados em liminares concedidas pela Justiça estadual. Em 2007, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou essas permissões provisórias e desde então os antigos donos dessas casas esperam a volta do jogo — cada vez mais distante de acontecer. O desafio agora é encontrar usos viáveis para esses enormes — e portanto caríssimos — espaços.