Como surgiu a virada na Avenida Paulista
Desde seu início, o megaevento deixou de ocorrer apenas uma vez
No fim de 1996, o empresário egípcio do entretenimento Fernando Elimelek, hoje com 74 anos, morador da capital desde os 12, cravou fundações de 6 metros de profundidade na Avenida Paulista, na altura da Alameda Ministro Rocha Azevedo. Ali, montaria o primeiro palco — e depois muitos outros — para o réveillon. Responsável por trazer eventos como o festival Skol Sensation para cá, ele havia procurado, em 1995, o apoio da prefeitura.
Queria que São Paulo aparecesse na TV, alguns anos depois, na virada do milênio, junto a outros anos novos internacionais, como os de Nova York e Paris. “Achavam que não era coisa de paulista”, lembra. O primeiro evento ocorreu em 1996 e teve show de Lulu Santos. Foi um sucesso: 200 000 pessoas passaram por lá.
Desde então, a folia não parou de ganhar força e virou tradição. Elimelek também realizou seu desejo. De 1999 para 2000, sob forte chuva e ao som de Ivete Sangalo, a virada foi transmitida ao vivo pela televisão. A festa traz ainda curiosidades. Em 1997, reproduziu uma Torre Eiffel de cerca de 60 metros no palco, em alusão à Copa do Mundo da França. Apenas em 2001, após o atentado de 11 de setembro, a Paulista não recebeu a Virada. “Não era momento para celebração”, relembra.
Em 2017, quando ocorreu a mudança do palco para perto da Consolação, a festa entrou para o Guinness por ter o maior número de pessoas pulando em um pé só ao mesmo tempo. A iniciativa, que começou com um investimento de 300 000 reais à época, contará neste ano com orçamento de 4 milhões de reais e uma expectativa de público de 2 milhões de pessoas. Trata-se de uma parceria entre a prefeitura, a SPTuris e a Playcorp, empresa de Elimelek. A festa começa às 18 horas e recebe novamente Lulu Santos, após 23 anos da estreia.
Publicado em VEJA SÃO PAULO de 1 de janeiro de 2020, edição nº 2667.