Reforma nos estúdios da Companhia Vera Cruz não sai do papel
Responsável pela empreitada, Telem ainda não começou obras
A prefeitura de São Bernardo do Campo pediu há três semanas o fim do contrato de revitalização dos históricos estúdios da Vera Cruz. Firmada em 2015, a concessão de 156 milhões de reais pode ser encerrada por descumprimento do acordo. O projeto previa a instalação de sete estúdios, salas de pré e pós-produção, reforma do teatro e do cinema, e implantação de um memorial, mas nada saiu do papel.
O caso está na Justiça, e a Telem, empresa responsável pela empreitada, ainda não apresentou sua defesa. Fundada em 1949 pelo produtor italiano Franco Zampari e pelo industrial Francisco Matarazzo Sobrinho, a Companhia Cinematográfica Vera Cruz produziu mais de quarenta longas.
Seus galpões, instalados em um terreno de 45 000 metros quadrados, serviram de cenário para obras lendárias como Tico- T ico no Fubá (1952), de Adolfo Celi, e O Cangaceiro, que recebeu dois prêmios no Festival de Cannes em 1953. Dificuldades financeiras levaram ao fechamento do negócio após cinco anos de funcionamento.