No início da década de 60, São Paulo já despontava como a maior potência econômica do país, e a realização de feiras e congressos de diversos ramos na cidade começou a se tornar uma atividade corriqueira por aqui. Um dos maiores e mais esperados eventos anuais desse tipo era o Salão da Criança, idealizado em 1961 pelo empreendedor Caio de Alcântara Machado, que já havia criado três anos antes a Fenit, Feira Nacional da Indústria Têxtil, ancestral da que hoje conhecemos como São Paulo Fashion Week. É dele também a criação da UD, na qual já falamos neste texto, e também da mais bem sucedida entre todas, o Salão do Automóvel.
O Salão da Criança reunia num só espaço fabricantes de brinquedos, empresas do ramo editorial e de alimentação, e tudo mais que abrangesse o universo infantil. Não existia nada parecido na época! Com divulgação bem direcionada feita em programas infantis de televisão e publicações destinadas às crianças, a feira tornou-se um sucesso imediato. Sua realização era feita, não por coincidência, na semana do Dia da Criança.
Confira as imagens do 13º Salão da Criança em 1973:
Para as crianças, uma visita ao salão era como ir a um parque de diversões. Um pavilhão gigantesco cheio de atividades infantis, e brinquedos por toda parte, sendo que muitos deles ainda nem haviam sido ainda lançados no mercado, e podiam ser manipulados ali à vontade.
O Salão era realizado no Ibirapuera, onde ficou de 1961 até o início dos anos 70, quando o complexo do Anhembi foi inaugurado, e todas as feiras anuais de Caio Alcântara Machado foram transferidas para lá. As crianças da época, hoje pais e avôs, que tiveram a oportunidade de visitar o Salão da Criança, não esqueceram a emoção e a ansiedade que sentiram ao visitar aquele lugar mágico que se formava uma vez por ano.
Comercial da Cica para o Salão da Criança, nos anos 60: