Por onde anda Roberta Close?
Registrada como Luiz Roberto Gambine Moreira, ela foi uma das maiores musas que o Brasil já teve
Um dos maiores símbolos sexuais dos anos 80, Roberta Close virou o país de cabeça pra baixo no auge de sua carreira. Sua beleza estonteante era reconhecida imediatamente, pois ela estava na capa de dezenas de publicações. Jornais e revistas estampavam em suas manchetes: “a mulher mais bonita do Brasil é homem”, mas não é bem assim.
Roberta foi registrada como Luiz Roberto Gambine Moreira porque tinha órgão sexual masculino, mas ela nunca foi homem. Ela nasceu hermafrodita, mas suas características são todas femininas, inclusive os níveis de testosterona em seu corpo e o seu DNA confirmam isso. Desde o início da adolescência ela já se via unicamente como mulher, mas foi incompreendida pela família.
Por isso, ela decidiu sair de casa muito cedo, aos 14 anos, e ir morar com a avó. Com o tempo, conseguiu trabalho de modelo graças à sua beleza e, em 1984, aos 20 anos, já era vedete do Carnaval carioca, o que a levou rapidamente à fama nacional. Naquele mesmo ano, estava nas principais revistas do país, inclusive Playboy e Ele&Ela, sendo essa a única vez em toda a sua história que essas revistas tiveram uma mulher transgênero na capa.
Ela passou a ser muito requisitada para desfiles de moda, mas encontrava muita resistência por parte das pessoas, muito preconceito. Assim, apesar de sucessos, seus trabalhos sempre geravam polêmica. Além da atuação como modelo, ela flertou com a carreira de atriz, e até participou da novela Mandacaru, na Manchete.
No final dos anos 80, Roberta finalmente conseguiu fazer a cirurgia de readequação de gênero. A cirurgia foi feita em Londres e abriu novos horizontes para a carreira da modelo. A revista Playboy de março de 1990 trouxe fotos de Roberta Close mostrando seu corpo completo, após a cirurgia. Apesar da nova condição física, ela demorou anos até conseguir alterar seus documentos, e ser definitivamente registrada como Roberta Gambine Moreira, o que veio a acontecer somente em 2005, quando ela já morava fora do país.
Desde 1993 ela está com o alto executivo da Nestlé Roland Granacher, com quem se casou em 1997, e com quem vive até hoje, em Zurique, na Suíça. Afastada da mídia, vive bem com o marido e vem pouco ao Brasil, mas tem saudades da família e diz que se sente um pouco triste por lá.
Recentemente, ela teve fotos publicadas na mídia brasileira, que levaram muitas pessoas a comentários maldosos sobre sua atual aparência. “Até meu enterro eles fizeram”, conta, magoada. Mas ela aprendeu a conviver com esse tipo de preconceito a sua vida toda, e nada do que digam ou pensem vai mudar a condição de ela ter sido uma das maiores musas que esse país já viu.