Memória Por Blog Uma viagem no tempo às décadas passadas por meio de suas histórias, costumes e curiosidades.
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Os primeiros vídeogames vendidos no Brasil

Confira os primeiros aparelhos a surgirem no mercado, a partir dos anos 70

Por Roosevelt Garcia
Atualizado em 3 mar 2017, 13h48 - Publicado em 3 mar 2017, 13h48
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  • Presente em nossas vidas desde o início dos anos 80, o vídeogame se tornou tão importante numa casa quanto a televisão ou o computador. Mas foi um longo caminho até aqui, e os primeiros aparelhos que faziam a gente interagir com a televisão, e não apenas assisti-la, chegaram ao mercado ainda nos anos 70, com pouquíssimos recursos, mas o suficiente para fazer história. Veja aqui os pioneiros, mas não jogue por muito tempo, senão estraga a televisão e os seus olhos!

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    Telejogo (1977): um aprimoramento do Telegame americano da Atari
    Telejogo: um aprimoramento do Telegame americano da Atari ()

    Em 1977 chegou ao mercado uma nova maneira de ver televisão, e, pela primeira vez, de interagir com ela. O Telejogo da Philco-Ford era um aprimoramento do Telegame americano da Atari, que só tinha o jogo Pong. No nosso Telejogo, foram feitas três variações do Pong, que chamamos de Futebol, Tenis e Paredão. Os joysticks ainda não existiam, e os controles ficavam no próprio gabinete do jogo. Apesar das dificuldades em jogar com conforto, o Telejogo foi um sucesso absoluto, e abriu o mercado para um novo segmento: os vídeo-jogos.

     

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    Telejogo II (1979): dez jogos e joysticks separados do console
    Telejogo II: dez jogos e joysticks separados do console ()

    Um ano e meio depois, em 1979, a Philco-Ford lançou a segunda geração do Telejogo, agora com dez jogos e joysticks separados do console, o que facilitava muito o manuseio. O acabamento também ficou mais requintado, com madeira mais clara e alumínio. O game ainda não aceitava jogos externos, o consumidor estava restrito aos jogos que vinham na memória.

     

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    TV-Jogos: versão brasileira dos Telejogos
    TV-Jogos: versão brasileira dos Telejogos ()

    Com o sucesso dos Telejogos da Philco-Ford, outras empresas brasileiras criaram suas próprias versões de telejogos, alguns com jogos semelhantes aos que já existiam no modelo que estava no mercado há mais de dois anos, e outros com um novo desafio: corridas. A Superkit lançou o TV-Jogo em quatro versões, sendo que uma delas era TV-Jogo Fórmula 1, e o outro TV-Jogo Motocross, e os outros dois com os mesmos jogos do Telejogo Philco. A definição das imagens digitais anda era muito rudimentar, mas a variedade de jogos começava a ganhar o mercado.

     

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    Odyssey: primeiro vídeogame lançado por uma grande empresa no mercado nacional baseado em cartuchos
    Odyssey: primeiro lançado por uma grande empresa no mercado nacional baseado em cartuchos ()

    Os vídeogames já existiam nos Estados Unidos desde meados dos anos 70, então alguns poucos afortunados brasileiros já possuíam esses aparelhos, quando a mania começou por aqui. A Philips/Magnavox já tinha lançado o Odyssey por lá, mas era um game bem simples. No final dos anos 70, lançaram o Odyssey 2, e foi este que conhecemos no Brasil. Ele tinha teclado alfanumérico, o que era um diferencial dos games mais comuns daquela época, porque a Philips queria que ele parecesse um computador. Como este foi o primeiro Odyssey lançado por aqui, não fazia sentido chamá-lo pelo mesmo nome do americano, que trazia o número 2, indicando segunda versão. Por isso, ele ficou conhecido aqui apenas como Odyssey. Foi o primeiro vídeogame lançado por uma grande empresa no mercado nacional baseado em cartuchos, que a gente podia trocar para jogar outro jogo. Foi um sucesso inesperado, mesmo pela Philips, e venderam tudo que tinham em estoque naquele ano de 1983.

     

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    Dactari, Dynavision, VJ9000: empresas começaram a fabricar “clones” do Atari para vender no Brasil
    Dactari, Dynavision, VJ9000: empresas começaram a fabricar “clones” do Atari para vender no Brasil ()

    O Atari era o vídeogame mais conhecido do mundo, e até nós, brasileiros cercados por uma reserva de mercado sem sentido, já tínhamos ouvido falar deles. Com a popularização dos games, era mais comum encontrar quem tinha um Atari, geralmente trazido do Paraguai por aquele tio que ia sempre pra lá. Nessa onda, pequenas empresas brasileiras começaram a fabricar cartuchos para o Atari, pra suprir a sede de jogos que os novos consumidores tinham. Elas cresceram muito, e algumas empresas até começaram a fabricar clones do Atari para vender legalmente no Brasil. Foi aí que surgiram o Dactari, o Dynavision (da Dynacom) e o VJ9000 (da Dismac), todos compatíveis com o Atari 2600 e com todos os cartuchos que estavam sendo fabricados no Brasil. Ficava mais fácil ter um “Atari”.

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    Atari: consoles e cartuchos originais chegaram ao mercado brasileiro em setembro de 1983
    Atari: consoles e cartuchos originais chegaram ao mercado brasileiro em 1983 ()

    Depois de uma longa negociação, a Gradiente finalmente conseguiu os direitos para lançar oficialmente o vídeogame Atari original no Brasil. Por meio de sua subsidiária Polyvox, os consoles e cartuchos originais Atari chegaram ao mercado brasileiro em setembro de 1983, para aproveitar o Dia da Criança e o Natal. A campanha de marketing, caríssima e sem precedentes na época, frisava que aquele sim era o vídeogame da Atari, pondo de uma vez por todas na cabeça do consumidor que todos os outros lançados antes eram mera imitação. Até o slogan da campanha foi contundente: “O Atari da Atari”. A Polyvox colocou dezenas de jogos à disposição no mercado, e ainda com a vantagem de o seu aparelho aceitar todos os outros cartuchos compatíveis com Atari 2600 que eram fabricados por terceiros, o que elevava a quantidade de jogos disponíveis às centenas.

     

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    Intellivision: caro, mas com imagens mais definidas, áudio melhor e controles bem mais completos
    Intellivision:  imagens mais definidas, áudio melhor e controles bem mais completos ()

    A Sharp entrou nesse mercado por meio da Digimed, mais tarde Digiplay, esperando alcançar uma parcela menor dos novos gamers, mas aqueles mais exigentes e com maior poder aquisitivo. Seu vídeogame Intellivision era mais caro, mas tinha imagens mais definidas, áudio melhor e controles bem mais completos. Seus cartuchos vinham em embalagens caprichadas com livro descritivo colorido em papel de ótima qualidade, o que superava até o original americano da Mattel. Um ano depois, o console ficou menor, mais leve e com alguns itens melhorados, e foi chamado de Intellivision II.

     

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    Splice Vision: empresa de Sorocaba foi responsável por lançar no mercado brasileiro o videogame mais avançado da época
    Splice: empresa de Sorocaba foi responsável por lançar no mercado brasileiro o videogame mais avançado da época ()

    Uma pequena empresa de Sorocaba, a Splice, foi responsável por lançar no mercado brasileiro o videogame mais avançado da época, baseado no Coleco americano. Com chips mais avançados e mais memória, as imagens tinham muito mais definição do que os concorrentes, e a bola era “redonda, não arredondada”, como dizia sua propaganda na época.  Infelizmente, tanta tecnologia encarecia muito o produto. A empresa tentou baixar os custos ao máximo, inclusive usando uma caixa plástica padrão para acomodar seu console, mas o produto ainda era caro demais, e relativamente feio em relação aos outros. Assim, só fez sucesso entre os entusiastas de tecnologia, o que significava menos de 5% do mercado, o que não foi suficiente para mantê-lo por muito tempo. Hoje em dia, é um dos games mais raros de se encontrar.

     

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    Esses foram os pioneiros…. e todos eles ainda podem ser encontrados à venda em sites especializados, sempre com preços exorbitantes, pagos com alegria por colecionadores e saudosistas. Trazer um pedaço da infância de volta realmente não tem preço.

    No decorrer dos anos 80, e principalmente nos anos 90, o vídeogame ganhou mercado, novos fabricantes, consoles mais potentes, e jogos bem mais legais. Do Nintendinho ao Mega Drive, do Game Cube ao Playstation, todos ajudaram a tornar o mercado de games mais lucrativo que o de filmes. Mas isso é assunto pra um outro dia!

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    Para saber mais, baixe gratuitamente o livro que conta a história completa da chegada dos videogames ao Brasil

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