Caindo aos pedaços: veja fotos da mansão de Clodovil em Ubatuba
Antigo oásis particular do estilista, casarão não interessa compradores devido às condições precárias
Clodovil Hernandes foi uma das grandes figuras do entretenimento brasileiro. O estilista colecionava autenticidade e um dos retratos de sua essência se materializava no seu exuberante e antigo lar. Construída no alto de um morro da cidade de Ubatuba, no litoral de São Paulo, em 4,375 mil metros quadrados, a mansão de Clodovil foi cenário de festas, serviu de locação para seus programas e foi objeto de desejo de seus admiradores. Doze anos após sua morte, mergulhada em abandono, a antiga casa de Clodovil Hernandes agoniza em desuso.
A mansão era um oásis particular gigantesco. Em meio a uma área de preservação ambiental, tinha nove quartos, 12 banheiros, piscina, sauna, banheira de hidromassagem, lago, capela, além de cômodos com vista de tirar o fôlego para a Praia do Léo. Após a morte de Clodovil, em 2009, a residência nunca mais foi habitada. As depredações causadas pelo abandono foram duras com o espaço, que não atrai olhares de compradores há anos.
O preço do imóvel, estimado inicialmente em R$ 1,5 milhão, já baixou 40%. O primeiro leilão foi em novembro de 2017. No segundo, em março de 2018, ninguém formulou um lance oficialmente. Em 2019, a mansão havia sido arrematada por cerca de R$ 750 mil. O comprador, contudo, desistiu da casa e pediu na Justiça todo o dinheiro de volta.
Ex-deputado federal, eleito em 2007, Clodovil morreu no dia 17 março de 2009, em Brasília, após sofrer um acidente vascular cerebral e uma parada cardíaca. Os relatos são que os responsáveis por cuidar do espólio do falecido apresentador deixaram o imóvel abandonado. O local está tomado por infiltrações e mofo. Devido à situação, reformas ficam cada vez mais caras.
O imóvel, que já teve parte demolida por estar em área de proteção ambiental, pode acabar sendo derrubado de vez. Além disso, a casa está construída em local isolado, com acesso limitado, o que dificulta as visitas de potenciais compradores.
Clodovil chegou a viver no local com seis empregados: um mordomo, uma arrumadeira, dois jardineiros, um segurança e uma pessoa que cuidava dos catorze cachorros da raça pug que ele possuía. Uma reportagem do UOL foi até o local conversar com uma ex-cozinheira do estilista, que trabalhou e morou com ele na mansão e depois em Brasília, até a sua morte.
Renata Cândido Rodrigues afirma que a casa tinha salas exóticas, vaso sanitário ao ar livre com vista para o mar, passagens secretas, além de uma linda suíte. A casa onde a ex-funcionária morou fica ao lado de um dos portões da mansão, entrada quase invisível devido à quantidade de mato. “Parece uma mansão fantasma”, disse à reportagem.
A casa não pode ser visitada sem autorização judicial. A advogada de Clodovil, Maria Hebe Queiroz, declarou logo após o falecimento do estilista que o também ex-parlamentar não tinha recursos financeiros em sua posse. “Ele não tinha nada, estava passando necessidade. (…) O Clodovil gastava muito, ele dizia que não tinha juízo. Ele sempre foi descontrolado”, falou ao G1.
Em busca da preservação do legado de Clodovil Hernandes, admiradores esperam que o poder público se mobilize para transformar o espaço em um local cultural em memória ao apresentador.
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