Mostras celebram os setenta anos de carreira do fotógrafo German Lorca
O paulistano, de 96 anos, é um dos grandes nomes da fotografia brasileira
Na Vila Mariana, em um prédio de fachada discreta, em que faixas brancas grossas se intercalam de listras verdes estreitas, está localizado o estúdio de German Lorca. Com um sorriso no rosto, ele anda pelo espaço, de 700 metros quadrados, e diz, orgulhoso: “aqui dentro, cabe até um ônibus”. O paulistano, de 96 anos, é um dos grandes nomes da fotografia brasileira. Junto com Thomaz Farkas (1924-2011) e Geraldo de Barros (1923-1998), ele comandou uma revolução na área.
Nos anos 40, no mítico Foto Cine Clube Bandeirante, que funcionava na rua São Bento, na sobreloja da Fotoptica, eles deixaram a verossimilhança estrita para se dedicar às sobreposições, ao estudo do movimento e à manipulação de negativos. Parte dessa história cheia de coragem e técnica é revisitada em uma série, comissionada pela SP-arte/Foto, que ocorre de quinta (23) a domingo (26), no Shopping JK Iguatemi.
No referido conjunto, imagens icônicas, como Oca (acima, 1954), ganham uma nova versão. Na original, diante do pavilhão ovulado, com terra batida em volta, estavam a avó de Lorca e seu filho Frederico, então com 3 anos. Agora, em 2018, quem aparece na imagem é Benício, sobrinho de seu outro rebento, o também fotógrafo José Henrique Lorca, ao lado da mãe, Anna Carolina Colello Cury Gonçalves.
O mergulho na obra de Lorca segue no Itaú Cultural, onde uma exposição, em cartaz a partir de sábado (25), celebra seus setenta anos de carreira. Lá, serão exibidas fotos, câmeras antigas e até um documentário inédito. A mostra tem curadoria do crítico Rubens Fernandes Júnior e consultoria de José Henrique.