Exposição relembra a trajetória da Casa das Rosas
Espaço é um dos raros casarões remanescentes na avenida-símbolo da capital
Construída em 1935 sob encomenda de Francisco de Paula Ramos de Azevedo — dono do escritório de arquitetura que projetou edifícios icônicos da capital como o Teatro Municipal —, a Casa das Rosas ganhará uma exposição sobre sua história. Arquiteturas da Memória abre no dia 18 com cerca de cinquenta itens distribuídos entre dois andares do espaço.
No 1º piso, fotos, documentos e objetos relembram a trajetória do local, assim como a transformação da Avenida Paulista, que se verticalizou principalmente nos anos 1980. A outra parte resgata mostras marcantes que passaram por lá e o impacto que a modernização da cidade teve sobre a produção artística paulistana.
O casarão foi idealizado inicialmente como um presente de Azevedo para sua filha Lúcia, em 1927. O arquiteto, que morreu um ano depois, nunca chegou a ver o projeto finalizado. A mansão abrigou membros da família do paulista até 1986, quando foi vendida ao empresário Mário Pimenta Camargo e ao arquiteto Júlio Neves. A dupla pôde construir um edifício comercial no terreno, com a condição de que arcasse com os custos da preservação do imóvel histórico.
Em 1991, a casa foi desapropriada e passou a funcionar como uma galeria de artes plásticas, até ser fechada para reformas, em 2001. Três anos depois, foi reinaugurada como Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, e assim permanece até hoje.
O local guarda todo o acervo pessoal do falecido poeta concretista que dá nome à instituição, o que inclui mais de 20 000 volumes, em uma das maiores bibliotecas do país especializadas em poesia. Atualmente recebe eventos dos mais diversos tipos, de peças teatrais a saraus literários.