Kyle MacLachlan presta homenagem a David Lynch: “Devo minha vida”

O ator Kyle MacLachlan, 65, prestou homenagem ao diretor David Lynch, cuja morte foi noticiada nesta quinta-feira (16). Os dois foram grandes amigos e parceiros profissionais.

A dupla trabalhou junto em uma série de projetos. O primeiro deles foi Duna (1984), a primeira adaptação cinematográfica do enredo dos livros. Depois, a relação só cresceu, com o sucesso de Veludo Azul (1986) e Twin Peaks (1990).

“Há 42 anos, por razões além da minha compreensão, David Lynch tirou-me da obscuridade para protagonizar o seu primeiro e último filme de grande orçamento. Ele claramente viu algo em mim que nem eu reconheci. Devo toda a minha carreira e a minha vida à visão dele”, escreveu o ator, em publicação no Instagram.

“O que vi nele foi um homem enigmático e intuitivo com um oceano criativo a explodir dentro dele. Ele estava em contato com algo que o resto de nós desejava ter”, acrescentou. “Sempre achei que ele era a pessoa mais autenticamente viva que já conheci. David estava em sintonia com o universo e com sua própria imaginação em um nível que parecia ser a melhor versão do ser humano. Ele não estava interessado em respostas porque entendia que as perguntas são o motor que nos torna quem somos.”

O artista continuou relatando sua reação com a notícia: “Embora o mundo tenha perdido um artista notável, eu perdi um amigo querido que imaginou um futuro para mim e me permitiu viajar por mundos que nunca poderia ter concebido sozinho. Sentirei falta dele mais do que os limites da minha linguagem podem dizer e do que meu coração pode suportar. Meu mundo está muito mais cheio porque eu o conheci e muito mais vazio agora que ele se foi. David, eu permaneço mudado para sempre, e para sempre seu Kale. Obrigado por tudo”.

Homenagens a David Lynch

Steven Spielberg também lamentou a morte do colega cineasta. “Eu conheci David quando ele interpretou John Ford em Os Fabelmans“, contou o diretor, em entrevista a Variety. “Eu adorava os filmes de David. Pareciam feitos à mão. Ele era um sonhador visionário. O mundo vai sentir falta de uma voz tão original e única. Seus filmes já resistiram ao teste do tempo e sempre resistirão.”

A atriz Lee Grant relatou a experiência de trabalhar com Lynch. “Quando me ofereceram a chance, agarrei a oportunidade para ver como uma mente como aquela dirigia. Era um dia na Cidade dos Sonhos. Na verdade, ele era um artista único”, disse, nas redes sociais.

“Um homem gracioso e um artista destemido que seguiu seu coração e alma e provou que a experimentação radical pode render um cinema inesquecível”, acrescentou o cineasta Ron Howard.

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