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Vinho e Algo Mais

Por Por Marcelo Copello Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Especialista na bebida, Marcelo Copello foi colunista de Veja Rio. Sua longa trajetória como escritor do tema inclui publicações como a extinta Gazeta Mercantil e livros, entre eles "Vinho e Algo Mais" e "Os Sabores do Douro e do Minho", pelo qual concorreu ao prêmio Jabuti
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Dez dúvidas comuns sobre vinho

A maneira de armazenar as garrafas, a taça ideal e as possíveis harmonizações estão entre as principais dúvidas

Por Marcelo Copello
20 out 2023, 06h00
Três garrafas de vinho em fundo branco.
Rótulos: espanhol, chileno e francês (Divulgação/Divulgação)
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Vamos direto ao assunto e começando com a pergunta de 1 milhão de dólares.

1. Qual o vinho bom?

Em uma palavra, é o vinho “adequado”. O mais adequado ao seu paladar, ao seu bolso e à ocasião. Por ocasião entenda-se o contexto como um todo, o prato que a bebida vai acompanhar, as pessoas que o consumirão, a estação do ano etc.

2. Vinho faz bem à saúde?

Sem dúvida. Todos os dias são descobertas novas benesses da bebida. Porém, isso só é válido para o consumo moderado, de até duas taças ao dia.

3. Devo armazenar as garrafas na vertical ou horizontal?

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O ideal é na horizontal, para que o líquido umedeça a rolha, mas se você compra a bebida para consumi-la dentro de poucos meses isso não fará diferença.

4. Preciso de uma adega climatizada?

Se você não pretende guardar garrafas por mais que uns poucos meses, a adega climatizada não será necessária. Torna-se fundamental para períodos mais longos.

5. Quanto tempo dura a bebida depois de aberta a garrafa?

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Uma vez aberta a garrafa, o líquido se oxidará gradualmente até se tornar vinagre. Este processo dura de algumas horas a vários dias. Um método eficiente para retardar o processo é a utilização de meias garrafas (de 375 mililitros) vazias. Ao abrir uma garrafa normal, de 750 mililitros, transfira metade do conteúdo para a menor. Assim, a metade preservada pode resistir vários dias.

6. Vinho precisa respirar?

Os vinhos, em sua maioria, devem ser consumidos assim que abertos. Alguns tintos de maior corpo se beneficiam de minutos de contato com o ar. Simplesmente abrir a garrafa e deixar o líquido dentro dela não resolve, é necessário transferir o conteúdo para uma jarra ou decanter para que se aumente a superfície de contato com o ar.

7. Como combinar vinho com comida?

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As possibilidades e nuances são infinitas, mas, para simplificar, quanto mais acentuado o sabor do prato mais este pede vinhos encorpados, e evite colocar tintos com alimentos do mar.

8. Sulfitos são perigosos?

Sulfitos são compostos naturais encontrados no vinho, em maior ou menor grau, normalmente em grau menor do que em outros alimentos. Raramente causam reações alérgicas ou dor de cabeça, e, pelo contrário, existem estudos que mostram que vinhos sem adição de sulfito estão expostos ao desenvolvimento de substâncias que podem causar reações adversas no organismo, como dores de cabeça e enxaquecas.

9. Todo vinho melhora com idade?

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Todo vinho tem um ciclo de vida, de juventude, apogeu e decrepitude. A maioria cumpre este ciclo em menos de cinco anos. Há exceções que duram décadas, por sua estrutura de taninos e acidez. Como saber? Normalmente, pelo histórico do vinho, região e casta.

10. A qualidade da taça de vinho realmente faz diferença?

A taça é uma espécie de amplificador das qualidades da bebida. Apreciar um bom rótulo num copo de geleia, de vidro e pesado, é como ouvir a Filarmônica de Berlim em um radinho de pilha. A taça deve ter formato ovalado, estreitando em direção a borda e jamais enchida a mais que um terço da capacidade.

LOSADA BIERZO 2017 Da região de Bierzo, no noroeste da Espanha. Elaborado com vinhas velhas da casta local mencía, amadurecido por doze meses em barricas de carvalho francês. Cor velho rubi escura. Aroma de boa intensidade, com muitas frutas vermelhas e mentol. Paladar de médio corpo, seco, com taninos médios e boa acidez. R$ 149,90, na Evino.

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RIKU BY SIEGEL ROSÉ 2021 Do produtor Siegel Family Wines, elaborado com cinsault do Vale Central no Chile, com breve passagem por barricas de carvalho. Cor clara, aroma frutado com notas de frutas como morango e romã, floral de violetas. Paladar leve e macio, 13,5% de álcool, acidez moderada. R$ 82,24, na Wine.

DOMAINE DE LASTOURS CORBIÈRES 2019 Vem de Corbières, no Languedoc, sul da França. Feito com um típico corte: syrah (50%), grenache (40%) e carignan (10%), sem passagem por madeira. De cor rubi escura, aroma frutado, notas de frutas vermelhas, ervas e especiarias. Paladar de leve a médio corpo, com taninos prontos e acidez moderada. R$ 152,82, na Wine.

Publicado em VEJA São Paulo de 20 de outubro de 2023, edição nº 2864.

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