Diversidade das uvas brancas aumenta nas taças dos brasileiros
O mercado de vinhos do estilo cresce desde 2018 no mundo
Pelo relatório da The Business Research Company de maio 2024, o mercado de vinhos brancos está em franco crescimento desde 2018, ganhando uma fatia dos tintos e chegando a US$ 40 bilhões em produção em 2023, com projeção para US$ 70 bilhões em 2033.
A chardonnay lidera o segmento com 34% desse valor, seguida pela sauvignon blanc. o mercado acredita fortemente no crescimento desta categoria, principalmente em castas mais escassas, ou seja, que não sejam as mais comuns, como as já citadas chardonnay e sauvignon blanc.
Em termos preço, a tendência é de alta nos brancos de valor intermediários e altos. “Acredito que, ao contrário dos rosados, os brancos podem crescer mais, pois há mais demanda nas faixas de preços mais altas”, diz Ari Gorenstein, da Evino.
Esse movimento de avanço dos brancos também reflete uma mudança no perfil dos consumidores, cada vez mais abertos a experimentar variedades menos conhecidas e a valorizar a singularidade e a complexidade dessas uvas.
As castas autóctones, muitas vezes associadas a regiões específicas, têm ganhado destaque à medida que enófilos buscam novas experiências sensoriais.
Uvas como alvarinho (e outras de origem portuguesa), riesling, viognier, vermentino, torrontés, sémillon, godello, chenín blanc e grüner veltliner estão se tornando cada vez mais populares, especialmente entre consumidores que já exploraram a bebida mais convencional e agora desejam expandir seu paladar.
Além disso, o aumento na popularidade dos rótulos naturais, orgânicos e biodinâmicos também tem impulsionado esse segmento, já que essas práticas de vinificação muitas vezes favorecem variedades locais menos conhecidas.
Com consumidores mais conscientes e exigentes, que buscam autenticidade e sustentabilidade em suas escolhas, os vinhos brancos de castas raras ou regionais estão em um nicho em expansão.
Esse cenário cria uma oportunidade única para produtores que desejam se destacar no mercado global, oferecendo brancos de alta qualidade e diferenciados, capazes de capturar a imaginação e a lealdade de uma nova geração de apreciadores.
Paralelamente, a diversificação das regiões vinícolas emergentes tem contribuído significativamente para essa expansão. Países como Portugal, Chile, Argentina, Uruguai, Áustria e Grécia estão ganhando reconhecimento cada vez maior por suas castas brancas e terroirs
distintos.
Casa de Vila Verde Loureiro Vinho Verde 2022. Da lusa Casa Santos Lima, 100% uvas loureiro, típica da região do Minho (DOC vinho verde), sem madeira. Cor muito clara, brilhante. Aroma fresco, floral, cítrico, com notas de limão e flor de laranjeira. Paladar leve, com acidez viva e refrescante, com frutas tropicais e uma sutil mineralidade. Fácil de beber e perfeito para dias quentes. R$ 78,71, na Wine.
Sagrado Douro Branco 2019. Da Quinta do Sagrado, no Douro, em Portugal, elaborado com castas locais: viosinho, rabigato, gouveio, sercia e malvasia fina, com seis meses em tanques de aço inox sobreas borras. Cor palha bem clara. Aroma fresco de frutas tropicais, abacaxi, banana, pera, mel, cítricos. Paladar de corpo médio, com acidez boa. Apenas 12,5% de álcool. R$ 129,29, na Wine.
Publicado em VEJA São Paulo de 8 de novembro de 2024, edição nº 2918.
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