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Fui ver qual é

Por Matheus Prado Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Matheus Prado é repórter de VEJA SÃO PAULO e já passou por veículos como Estadão, Folha de S.Paulo e UOL. Experimenta, neste blog, fazer coisas que nunca fez.
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Fui ver qual é a da arena de beisebol indoor

"'Errouuuuuuuuuuu', diria Faustão. Sim, consegui errar a bola estática, e mais de uma vez. Um presságio do que estava por vir"

Por Matheus Prado
Atualizado em 6 set 2019, 16h09 - Publicado em 6 set 2019, 12h33
 (Marcus Mandruzatto/Divulgação)
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Até vinte dias atrás, eu não manjava nada de beisebol. O esporte até permeia uma série de filmes americanos (assistam Moneyball, inclusive), mas o nível de complexidade é alto demais para se entender apenas observando. Não é como o nosso futebol, que se resume a chutar a pelota na casinha. Mas vamos lá. Eu sempre soube que a bolinha de couro branca é arremessada pelo jogador de um time e o rebatedor da outra equipe, portando aquele taco, tenta jogar ela longe. No meio de tudo isso, vários outros atletas ocupam o campo com uma luva esquisita marrom.

Isso mudou, ainda que pouco, quando escrevi uma reportagem sobre o recente sucesso dos beisebolistas brasileiros nos Estados Unidos para a Vejinha. Sem me alongar muito em uma explicação que vocês provavelmente não querem ouvir, o jogo funciona mais ou menos assim: o campo de beisebol tem formato losangular e conta com quatro bases. Os times atacam em turnos, tentando completar o circuito de bases para marcar pontos.

O arremessador (pitcher) e mais oito jogadores estão defendendo, enquanto o rebatedor, sozinho, está atacando. O portador da bolinha e o do bastão ficam frente a frente e travam um duelo. Quando o atacante consegue rebater a bola, corre para tentar ocupar uma das bases ou, dependendo da distância que a bola viajar, atravessar o campo todo. Enquanto isso, os defensores buscam recuperar a bolinha e entregá-la para o atleta que está na base que o atacante quer conquistar. Se ele for tocado antes de chegar à base, está eliminado. Veja a disposição dos defensores abaixo:

Baseball_positions.svg
(Michael J/Wikimedia Commons)

Passado esse belo momento educativo, avançamos para o que realmente interessa. Fui ao Tatuapé, na Zona Leste, e mais precisamente a uma arena de beisebol indoor, para testar minhas habilidades na modalidade. Comecei tentando rebater. Para quem tem zero experiência com o proceder, as primeiras rebatidas são treinadas em uma bola apoiada num suporte de borracha. O corpo fica paralelo à bola, com as pernas espaçadas e levemente flexionadas. O taco é segurado com as duas mãos e o braço dominante fica levantado, formando um ângulo reto com o corpo.

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Quando a bola vem, os membros superiores devem fazer um movimento natural, de um lado para o outro. O pé de trás e o tronco acompanham esse giro, dando força e direção à rebatida. Teoricamente, não é nada do outro mundo. Tento então bater a bolinha parada pela primeira vez. “Errouuuuuuuuuuu”, diria Faustão. Sim, consegui errar a bola estática, e mais de uma vez. Um presságio do que estava por vir.

beisebol
(Marcus Mandruzatto/Divulgação)

Fui pegando o jeito e depois de alguns minutos já conseguia acertar a bendita bolinha parada (kkk). Fui então para a área da rebatida, que conta com uma máquina que vai cuspindo bolinhas em alta velocidade na direção do coitado do repórter que quis pagar de atleta. Exageros à parte, fui orientado a começar com bolas mais lentas, que vinham a cerca de 40 quilômetros por hora. Para vocês terem uma ideia, o cubano Aroldis Chapman é detentor do recorde de lançamento mais rápido da história, com uma bola que atingiu bizarros 170 quilômetros por hora.

Na primeira série de dez, errei oito ou nove. Quando começava a esboçar o movimento com os braços, a dita cuja já havia passado. Também errei a altura diversas vezes. Mas não desisti. Na segunda série, já acertei três ou quatro. A maioria ainda saiu mascada depois do encontro com o taco, mas já era um avanço. Senti, naquele momento, que meus reflexos estavam mais apurados. Fui melhorando aos poucos e pedi para aumentar a velocidade do aparelho para 50 quilômetros por hora. Aí a taxa de sucesso despencou novamente. Tentei me inclinar na direção da bola; levantar o pé de apoio para dar distância; segurar o taco com mais força. Nada disso era a receita do sucesso.

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Passado o que parecia uma infinidade, me dei por satisfeito. Já estava levemente suado e com as mãos bastante doloridas. “Você só fez 10 minutos”, disse o instrutor.

Voltaria? Junto de mais pessoas é provavelmente mais divertido. Na Arena Beisebol, uma sessão de trinta minutos de rebatida custa 30 reais. Também é possível alugar o espaço em grupo e fazer confraternizações. Rua Visconde de Itaboraí, 328, Vila Azevedo. Seg. a sáb., 15h às 22h.

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