Documentário sobre Schumacher expõe seus altos e baixos na carreira
Produção na Netflix dá destaque aos depoimentos de Corinna Betsch, sua esposa; a discrição sobre o estado de saúde do ex-corredor é mantida
Michael Schumacher, ex-automobilista detentor de sete títulos na Fórmula 1, ganhou um documentário que traça sua trajetória por completo — do prestígio aos desafios e controvérsias. Intitulada Schumacher, a produção está disponível na Netflix e apresenta um panorama dedicado a realçar o início de sua carreira nas pistas de corrida e o tortuoso caminho que seguiu até se posicionar como um dos pilotos mais premiados e conhecidos de todos os tempos.
O documentário monta seu ritmo dinâmico a partir de vídeos de arquivo das corridas de F1 que Schumacher participou a partir de 1991. Em cada um deles é possível compreender a tamanha pressão (interna e externa) que o corredor sentia para conquistar títulos mundiais — especialmente quando entrou para a equipe da Ferrari, em 1996. O intuito da montadora era resgatar sua influência com o icônico carro vermelho nas pistas e, também, aproveitar a presença marcante do alemão para garantir o máximo de troféus possível.
A realidade, porém, só permitiu que Schumacher subisse mais aos pódios a partir dos anos 2000: ele praticamente dominou o esporte até 2004, com vitórias consecutivas. Um dos aspectos mais marcantes do filme é o de conseguir representar a tensão do corredor e humanizá-lo, mesmo depois de mostrar seus piores momentos. Atritos com Ayrton Senna e outros corredores, assim como batidas durante campeonatos que tiveram efeitos negativos, compõem as situações que dão espaço para discussão.
No entanto, o destaque vai para os amorosos depoimentos de sua esposa, Corinna Betsch, e dos filhos, que representam toda a discrição que Schumacher sempre teve para com a imprensa. Corinna procura expor o mínimo sobre a condição física e mental do marido anos após sofrer um acidente de esqui, mas possibilita ao espectador uma visão mais clara de quem é o homem por trás do capacete.
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Publicado em VEJA São Paulo de 29 de setembro de 2021, edição nº 2757