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Filmes e Séries - Por Barbara Demerov

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Drama Quanto Vale? foca em questões financeiras após o 11 de setembro

Com Michael Keaton no papel do advogado Kenneth Feinberg, longa na Netflix aborda caso que envolveu a criação do Fundo de Compensação às Vítimas do atentado

Por Barbara Demerov
17 set 2021, 06h00
Michael Keaton, como advogado, aparece discutindo outro homem, ambos de ternos e vestidos socialmente.
Justiça: advogado ajuda famílias de vítimas (Netflix/Divulgação)
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Quanto Vale?, drama baseado em uma das consequências reais dos atentados de 11 de setembro de 2001, está disponível na Netflix. Com Michael Keaton no papel do advogado Kenneth Feinberg, o filme aborda o caso que envolveu a criação do Fundo de Compensação às Vítimas da tragédia, que acaba de completar vinte anos.

Feinberg, nomeado mestre especial do projeto, teve de encarar a difícil missão de indenizar as famílias elegíveis de quase 3 000 vítimas. O processo não foi nada fácil, pois, como o título já indica, a vida de pessoas inocentes que foram mortas nos ataques, a priori, não deveria ser reduzida a um número. Muitos dos familiares precisaram ser convencidos de que isso valeria a pena de alguma forma. Portanto, o embate moral se conecta diretamente a Feinberg e sua equipe, que foram obrigados a conseguir, no mínimo, 80% de assinaturas dentre todas as famílias.

O conflito do longa dirigido por Sara Colangelo mostra que, se a estimativa não fosse alcançada, essas pessoas teriam direito de processar as companhias aéreas envolvidas nos ataques, porém sem nenhuma garantia de serem indenizadas. Em resumo, o dinheiro está no centro de tudo e ambos os lados correm riscos.

Keaton, ao lado de Amy Ryan e Stanley Tucci, garante a atenção do espectador com sua performance dedicada, por mais complexa que seja a explicação das leis americanas. Em meio à ficção, há também diversas passagens em que atores dão testemunhos reais daqueles que perderam seus entes queridos. Nesses momentos, a sensibilidade recebe o merecido destaque nessa narrativa burocrática e moderada (que possui justificativas para ser dessa forma). O próprio Kenneth flutua entre a razão e a emoção, pois suas regras bloqueiam, em partes, uma resolução mais humana para todos. Mas, no fim, a intenção é a das melhores dentro desse triste cenário.

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Publicado em VEJA São Paulo de 22 de setembro de 2021, edição nº 2756

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