O Legado de Júpiter: nova série da Netflix traz dilemas entre heróis
Baseada nos quadrinhos de Mark Millar e Frank Quitely, a produção ganha caráter reflexivo ao expor conflito da geração clássica com os novos justiceiros
A maior estreia da semana na Netflix está ligada a um assunto que não sai de moda: super-heróis. O Legado de Júpiter, produção baseada nos quadrinhos de Mark Millar e Frank Quitely, possui uma narrativa dinâmica: apesar de se passar majoritariamente nos dias atuais, há visitas ao passado (em especial à Crise de 1929) que narram ao espectador como os personagens ganharam seus poderes e passaram a proteger o mundo.
Com protagonismo de Josh Duhamel, Leslie Bibb e Ben Daniels, O Legado de Júpiter ganha caráter reflexivo ao expor as diferenças entre a primeira geração dos poderosos — como Utópico, Lady Liberdade e Onda Cerebral — e a nova geração formada por seus filhos. Enquanto os personagens clássicos seguem valores imutáveis, os jovens vão contra tais regras.
Um dos dilemas morais da temporada é o fato de o time liderado por Utópico nunca matar seus inimigos. Por mais ameaçadoras que sejam as missões, levar os vilões à Justiça é a melhor definição de glória. Mas os tempos agora são outros e essa perspectiva passa a trazer bastante ação. Ainda que demore para esclarecer as linhas temporais e seus acontecimentos, a série entretém ao mesclar embates com a desarmonia familiar, levando os jovens a se indagar se estão prontos para vestir o manto dos pais.
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Publicado em VEJA São Paulo de 12 de maio de 2021, edição nº 2737