Após polêmicas com Armie Hammer, Morte no Nilo chega aos cinemas
Ator foi acusado de canibalismo e abuso sexual, adiando a produção do longa; filme estrelado por Gal Gadot é mais uma adaptação de Agatha Christie
Agatha Christie permanece até hoje como uma das escritoras mais reconhecidas dentro dos gêneros de investigação e suspense. seu legado, repleto de tramas singulares, também se estende ao icônico Hercule Poirot, detetive fictício que aparece em mais de quarenta de seus livros.
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O personagem de bigode largo e personalidade nada modesta é um dos mais famosos da literatura, tal como Sherlock Holmes. Após diversas séries, peças de teatro e filmes, o interesse por Poirot no meio cultural nunca se foi por completo, mas certamente foi retomado em grande escala após o lançamento do filme Assassinato no Expresso do Oriente, em 2017, dirigido por Kenneth Branagh (que também encarna o detetive).
Apesar das críticas mistas da imprensa, a chance de uma nova adaptação cinematográfica não foi abatida, e agora mais um título de Agatha chega ao grande público no século XXI: Morte no Nilo, novamente com a presença de Branagh na frente e atrás das câmeras. mas o título, já em cartaz nos cinemas, foi atingido por uma grande polêmica envolvendo um nome do elenco.
O ator Armie Hammer (Me Chame Pelo Seu Nome) foi acusado de canibalismo e abuso sexual em 2021 e, por isso, a produção foi adiada. Sua presença é importante para a narrativa e não foi apagada, mas nomes como Gal Gadot, Annette Bening e Emma Mackey são suficientes para ofuscar as controvérsias.
Na trama, o detetive Poirot (Branagh) se vê envolvido em uma nova missão em plenas férias no Egito. Linnet Ridgeway (Gadot), rica herdeira que viajava em um suntuoso barco para comemorar sua lua de mel, é encontrada morta.
Entre amigos e família, quase todos os passageiros tinham motivos para matá-la. Cabe ao atencioso detetive resolver a investigação, mas novas mortes acabam acontecendo com o intuito de encobrir a verdade.
Assim como em Expresso do Oriente, o longa prende a atenção com enigmas e hipóteses aos montes, visto que todos os personagens são tidos como potenciais assassinos aos olhos de Poirot. Elegante e contido no melodrama, Morte no Nilo deve agradar aos entusiastas de mistério com um toque sombrio sobre a maldade humana.
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Publicado em VEJA São Paulo de 16 de fevereiro de 2022, edição nº 2776