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Filmes e Séries - Por Barbara Demerov

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Morte no Nilo: diretor fala sobre trama repleta de sofisticação e vingança

Em cartaz nos cinemas, longa com Gal Gadot é baseada em famosa história de Agatha Christie

Por Barbara Demerov
11 fev 2022, 17h22
Kenneth Branagh como Hercule Poirot, de terno e bigodes largos
Kenneth Branagh é Hercule Poirot em Morte no Nilo; astro também dirige o longa (Divulgação/Divulgação)
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Morte no Nilo, suspense dirigido e estrelado por Kenneth Branagh no papel do detetive Hercule Poirot, está em cartaz nos cinemas. Na trama, Linnet Ridgeway (Gal Gadot), uma socialite rica, é atraída por Simon Doyle (Armie Hammer), homem que anteriormente se envolveu apaixonadamente com Jacqueline de Bellefort (Emma Mackey).

Quando Linnet e Simon se casam e comemoram a lua de mel no Egito, uma série de assassinatos acontece, fazendo com que Poirot entre em cena mais uma vez. À Vejinha, Branagh fala sobre seu novo trabalho na frente e atrás das câmeras.

O que há no romance Morte no Nilo que o torna tão cinematográfico?

A fome por sexo na história original de Agatha Christie é muito poderosa, e as pessoas são imprudentes em sua busca por isso. Sua ganância por satisfação física é perigosa em um grau assassino. Este é o mais inquietante dos livros de Agatha. Ela apresenta um verniz de sofisticação, sensualidade, glamour e romance, mas é, em todos os momentos, quebradiço, frágil, perigoso e perturbador. Suas histórias são ambientadas em locais exóticos e, embora envolvam grandes elencos, são histórias pessoais, humanas, muitas vezes bastante domésticas. Acontece que elas são jogadas em cenários épicos, mas essa dimensão humana, misturada com o épico, é sempre algo que eu adoro. E é ótimo quando você tem colaboradores que sabem intuitivamente, através de seu gênio particular – Agatha Christie, no caso – e Michael Green, um roteirista que aproveita isso e te dá algo diferente em um filme de Hollywood. Torna-se uma experiência rica, de caráter. Um grande mistério, mas com uma abordagem mais jovem. Tudo sobre a história agora é mais jovem e sexy, literal e esteticamente.

Seu personagem, o detetive belga Hercule Poirot, é um homem fascinante e complexo. O que você pode nos dizer sobre ele neste capítulo?

Em Morte no Nilo, ele se encontra mais uma vez em um local exótico, enfrentando sexo e morte, e tentando participar de nenhum dos dois. Mas neste caso, o que é aceitável para ele é romance e drama. Muitos romances apresentam Poirot, então a gama de situações pessoais e desenvolvimentos de personagens que Agatha Christie fez foi significativa. O roteirista Michael Green está muito ciente disso. Depois de lançar as bases em Assassinato no Expresso do Oriente, essa foi a chance de ter um pouco mais de variação com esse personagem. Assim como no último filme, medimos sua personalidade em relação aos eventos narrados. A vingança estava no centro disso e, para Poirot, representava um desafio à sua rigorosa posição moral. Há certo, há errado, e nada no meio. No final desse longa, ele teve que considerar se havia uma zona moral cinzenta. Poirot novamente tem de responder ao tema central da história: amor e ciúme. Isso nos permitiu explorar a história de Katherine, sua ex-mulher, desde o primeiro filme, para encontrar uma razão para Poirot ter, ao que parece, abandonado o amor. Apresentá-lo assim nos permite ver o lado amoroso de Poirot e também pesar a amizade que ele tem com Bouc (Tom Bateman).

Como foi trabalhar com o elenco estelar do filme, incluindo Gal Gadot?

São todas estrelas brilhantes, e o sol no centro desta galáxia é Linnet Ridgeway. Linnet requer uma atriz de extraordinária beleza, deslumbramento, travessura e compaixão, que encontramos em Gal Gadot. Ela é incrível no papel, e tão colorida e profunda quanto sua personagem. Uma das entidades solares mais próximas a ela é Armie Hammer como Simon Doyle, encantador e caloroso. Jacqueline de Bellefort está de coração partido pela traição, o que a torna vulnerável e triste, mas também incrivelmente atraente. Emma Mackey prega seu humor, sua escuridão, sua vulnerabilidade e sua bondade. É uma personagem complexa ao qual ela traz uma enorme sutileza.

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São atores muito finos que têm uma grande sensibilidade e um senso cômico muito afinado, o que permite o inesperado quando esses personagens ficam um pouco mais sombrios e perigosos. Em suma, esses filmes não funcionam se não houver um conjunto de atores quimicamente fundido.

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