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Filmes e Séries - Por Barbara Demerov

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“Não temos medida de comparação”, diz Mônica Albuquerque sobre novo momento do streaming

Executiva da Warner Bros. Discovery Latin America fala sobre produção de novelas e explica se a HBO Max vai mesmo "acabar" após fusão com a Discovery

Por Barbara Demerov
Atualizado em 16 ago 2022, 17h04 - Publicado em 16 ago 2022, 17h02
Registro da palestra da HBO Max; três participantes no palco, logo da marca na tela
HBO Max: presente no Festival de Gramado 2022 (Divulgação/Divulgação)
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O II Mercado Audiovisual Entre Fronteiras, evento que faz parte do Gramado Film Market e integra a programação do Festival de Cinema de Gramado, começou nesta segunda (15). Um dos painéis apresentados foi com a HBO Max, com a participação de Murilo Rosa, ator e apresentador do reality A Ponte: The Bridge Brasil, e Mônica Albuquerque, Head de Gestão de Talentos e Desenvolvimento de Novelas da Warner Bros. Discovery Latin America.

Aproveitando o tema da palestra (Por que o streaming está conquistando os talentos no Brasil?”), a Vejinha conversou com Mônica logo após o painel.

Em tempos em que o streaming se firma cada vez mais no mercado de entretenimento, a executiva da HBO Max destacou que, desde que entrou na empresa – em março de 2021 -, as mudanças começaram a se ampliar. “Apesar de o streaming existir há mais de 10 anos, as mudanças estão se dando agora, nesse momento de amadurecimento de um mercado que, há pouco tempo, não existia.”

Mônica Albuquerque: Head de Gestão de Talentos e Desenvolvimento de Novelas, Warner Bros. Discovery Latin America
Mônica Albuquerque: Head de Gestão de Talentos e Desenvolvimento de Novelas, Warner Bros. Discovery Latin America (Divulgação/Divulgação)

Ela defende que os profissionais do meio passem a encarar todo o modelo de negócio como algo novo. “As regras do consumo de conteúdo numa plataforma são diferentes do que aqueles conteúdos que você vê num horário específico. Isso traz desafios para a área de criação. A principal pergunta é: ‘Como contar melhor uma história?’ Que a gente tem boas histórias e ideias, isso temos. Elas são inesgotáveis. Mas cada veículo tem suas características, seu modelo de consumo. A relação de um espectador com o streaming é diferente entre um e outro, porque o aprofundamento da relação com aquele conteúdo é individual. Cada descoberta leva a uma reprogramação e replanejamento.”

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Mônica ressalta que as perguntas estão em um número muito maior do que as respostas, mas ela encara isso como um desafio positivo. “Hoje, só temos perguntas, e isso é maravilhoso. É uma oportunidade de entrar em um momento no qual está tudo se construindo. A única certeza que temos é que, eventualmente, vamos errar. É uma provocação inteligente. Você precisa usar seu feeling, tomar decisões e, depois, medir o que acontece com aquilo. O que funciona e o que não funciona. É estimulante. Não temos medida de comparação, porque cada streaming tem suas particularidades.”

A PONTE – REALITY DE SUCESSO

Um dos pontos tocados no painel da HBO Max foi o reality A Ponte, que estreou este ano. A profissional afirma que o fato de o projeto focar no trabalho em grupo foi um dos grandes atrativos. “Nesse momento pós-pandemia, foi uma mensagem interessante depois do momento do isolamento. O sucesso não foi só por ele ser um reality, mas porque se comunicou com os nossos tempos. No fundo, os conteúdos precisam ser um reflexo da sociedade. É por isso que eles se tornam relevantes para o público.”

Além dos realitys, outro tipo de conteúdo que a HBO Max planeja incluir em sua programação é a novela. Mônica defende que essas produções também precisam dialogar com o público. “A novela cumpre essa função de levar às famílias uma discussão que está aí na rua, mas nem sempre a pessoa se aprofunda. É um consumo coletivo, ainda mais por ser de longo prazo – 50 capítulos ou mais. Enquanto a série tem uma história, a novela é um novelo, ela possui várias tramas que se entrelaçam. Cada uma delas pode atingir um perfil diferente dentro da mesma casa”, diz.

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“Temos grandes histórias e oportunidades para novos autores. A nossa intenção e visão é de realmente conseguirmos ter uma organização regular de novelas. Queremos construir esse mercado, que, no momento, está muito focado e sendo desenvolvido na TV aberta. Abrir mais janelas pode ser uma notícia interessante, mas o mercado tem que se desenvolver pra isso. Não é simples”, explica.

A HBO Max está trabalhando no núcleo de novelas desde junho de 2021, e ainda não bateu o martelo sobre o formato de lançamento das produções. “Vamos gravar tudo junto, mas estamos discutindo qual é a melhor maneira de entregar isso ao público. A primeira vai ser risco, depois vamos aprendendo!”

HBO MAX VAI ACABAR? NÃO É BEM ASSIM

Após a compra da WarnerMedia pela Discovery – uma das compras mais chamativas do mercado de entretenimento nos últimos anos -, nasceu a especulação de que a HBO Max poderia acabar. Mas Mônica explica: “Quando falamos de uma fusão, é uma estrutura corporativa. Desse ponto de vista, o que aconteceu? A Discovery comprou a Warner Media e elas se juntaram. Hoje, essa é a maior empresa de mídia e conteúdo do mundo. Do ponto de vista de conteúdo, cada uma dessas marcas continuam produzindo e desenvolvendo suas linhas editoriais, porque elas têm suas próprias marcas.”

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O que já foi divulgado é que o streaming HBO Max poderá mudar de nome no ano que vem, assim que o Discovery+ entrar no mesmo “guarda-chuva” de conteúdo. “Para o público, o que vai acontecer é que todo o conteúdo de cada um estará disponível em um só lugar. O nome pode mudar, mas será um nome para que todos entendam que nada mudou. As marcas estarão preservadas. É algo mais simples do que parece.”

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