Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa abraça o significado de ‘filme-evento’
Em cartaz nos cinemas, terceiro capítulo da franquia estrelada por Tom Holland equilibra ação com momentos feitos para os fãs
✪✪✪✪ Está em cartaz nos cinemas o aguardado filme Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa, com Tom Holland e Zendaya nos papéis de Peter Parker/Homem-Aranha e Michelle Jones (MJ), respectivamente. Na trama, a identidade do amigo da vizinhança é revelada ao mundo todo e, com isso, a segurança de Peter e seus amigos e família é ameaçada.
Em uma tentativa de mudar essa realidade ao lado de Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch), Peter acaba vendo o efeito contrário: não só o mundo sabe quem ele é como também os vilões de outros universos do Homem-Aranha reaparecem para enfrentá-lo.
Pela premissa, a promessa da Sony Pictures em entregar uma grande experiência aos fãs havia sido criada desde o princípio. E a boa notícia é: essa promessa foi cumprida de forma integral. Spoilers e segredos à parte, a produção se apoia na grandiosidade do universo de Peter Parker e o talento de seu elenco para, então, manter o foco nas sequências de ação, culminando em uma vistosa aventura repleta de altos e baixos. O equilíbrio entre o espírito dos quadrinhos e o bem-vindo ‘pé no chão’ em questões sobre relacionamentos humanos funciona muito bem.
Assim como o roteiro de Chris McKenna e Erik Sommers, que traz mais maturidade e menos piadas ao longo da narrativa, o Peter de Tom Holland reaparece mais centrado em Sem Volta Para Casa. É claro que sua personalidade descontraída ainda se mantém presente – e, inclusive, é o estímulo para que o tema central seja trabalhado -, mas o protagonista está mais atento às ações e consequências do que nunca. Com ou sem o uniforme, Tom Holland lidera essa jornada com competência.
Como o esperado, os grandes vilões do jovem herói são o grande espetáculo e fazem valer o ingresso. Duende Verde (Willem Dafoe), Dr. Octopus (Alfred Molina), Electro (Jamie Foxx) e outras figuras já conhecidas pelo público garantem uma dinâmica interessante e inusitada, uma vez que todos refletem sobre seus próprios papéis no universo Homem-Aranha.
MJ e Ned, personagens de Zendaya e Jacob Batalon, são o principal apoio de Peter, assim como tia May (Marisa Tomei). Mas, apesar de suas participações terem um papel descontraído no início, com o passar dos minutos o texto insere boas camadas de reflexões, drama e surpresas – algo que se encontra diretamente com o fato de o herói estar mais focado em fazer o melhor.
Por isso, é interessante notar que Sem Volta Para Casa vai ganhando cada vez mais maturidade na mesma medida que Peter Parker. Quando o filme abraça esse lado repleto de efeitos e danos irreparáveis, a experiência recebe tanta profundidade quanto Vingadores: Ultimato. No entanto, a essência da Marvel, com piadas pontuais e a valorização de momentos definitivamente emblemáticos, está ali para ninguém colocar defeitos.
As surpresas no terceiro ato dão todo o suporte para que este seja um verdadeiro ‘filme-evento’, que prioriza a experiência daqueles que acompanharam todos os vilões reintroduzidos – ou apenas uma parcela deles –, agora para uma nova geração. A união que o Multiverso da Marvel proporciona, de fato, funciona.