Série premiada, Hacks é o exemplo perfeito de que drama e humor funcionam juntos
Vencedora de 3 Emmys, produção acompanha a relação entre comediante veterana de stand-up e jovem roteirista
✪✪✪✪ Em 2021, Hacks estreou no catálogo da HBO Max sem muito alarde. Mas, quando a primeira temporada foi indicada a quinze Emmy Awards (maior premiação da TV) e venceu três deles, já estava na boca do povo. Afinal, a história de uma comediante veterana de stand-up e uma jovem roteirista é tão original e cômica que é impossível passar batido.
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Agora em seu segundo ano no streaming, as personagens Deborah Vance (Jean Smart, sempre fantástica em tela) e Ava (Hannah Einbinder) já se conhecem tão bem a ponto de provocações e pequenos gestos de afeto se misturarem sem o menor problema. Após os eventos da temporada inicial, o relacionamento entre as mulheres pode ser definido como intenso.
Em um momento de insegurança, Ava enviou um e-mail revelador sobre o comportamento da chefe para diversos nomes importantes no meio artístico; enquanto isso, mesmo após a jovem pedir desculpas e demonstrar sinais de amadurecimento, Deborah nunca se dá por vencida e sente prazer em constranger a funcionária na frente dos outros.
Toda essa situação se desenrola em uma grande viagem pelos Estados Unidos, durante um tour de apresentações da comediante que não deve acabar tão cedo. É o cenário perfeito para que a dupla não se separe enquanto os conflitos internos crescem, e é a ambientação ideal para reconquistar o público.
A equipe criativa de Hacks mantém em alta temas como a vida profissional em idade avançada, a rivalidade no show business e quais são as consequências de se dedicar intensamente ao trabalho. Jean, mais uma vez, prova ser digna de Emmy com uma performance profunda e honesta sobre uma amante da comédia que tenta encontrar seu lugar no mundo moderno.
Enquanto isso, Hannah mostra-se ainda mais confortável como Ava. A jovem escritora se abre para a chefe como nunca antes, e tal sinceridade rende uma troca interessante entre dois estilos de vida tão diferentes. A produção é um belo exemplar de como o drama e o humor podem funcionar juntos.
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Publicado em VEJA São Paulo de 8 de junho de 2022, edição nº 2792