Julia Lemmertz destaca a importância de filmes que falem sobre identidade e sexualidade
Atriz, que protagoniza filme Música para Quando as Luzes Se Apagam, fala à Vejinha sobre seu papel e como foi o processo de desenvolvimento de personagem
Música para Quando as Luzes Se Apagam, de Ismael Caneppele, está em cartaz nos cinemas e traz Julia Lemmertz no papel de uma autora que cruza o caminho da jovem Emelyn (Emelyn Fischer), que tem o desejo de se tornar Bernardo. Em uma mistura interessante de obra ficcional com traços documentais, o longa, que marca a estreia de Caneppele na direção, aborda a busca por identidade em uma jornada inconstante, assim como a vida.
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Em entrevista à Vejinha, Julia relembra que assistiu ao filme pela primeira vez no Festival de Brasília, em 2017, e reflete que ele pode ser ainda mais bem-vindo agora, disponível para o público alguns anos após a exibição no evento. “Confiei na proposta desde o início. Estava genuinamente interessada pelo que estava prestes a acontecer. Foi bonito esse exercício da escuta e do olhar, porque o ator fica observando tudo à sua volta. Eu estava fazendo isso e estava em cena ao mesmo tempo. Tudo era ‘em cena’ e eu nunca fiz algo parecido antes”, afirma a atriz, que ainda reforça que o filme não possui uma condução tradicional.
“No meio dessa marcha a ré em todos os setores, um filme que fala sobre sexualidade e descobertas é bem-vindo”
“Não existe uma história pré-escrita para caminhar dentro do trilho. Na verdade, o filme não tem um trilho e cada um que assistir terá uma experiência única e livre. Ao mesmo tempo, falamos sobre corpos, escolhas, quem é você neste mundo. E, neste século maluco em que estamos vivendo, no meio de uma marcha a ré em todos os setores, um filme que fala sobre sexualidade e descobertas é realmente bem-vindo”, destaca.
Julia, que está filmando a novela Quanto Mais Vida Melhor, da Globo (todos os capítulos já estarão prontos quando chegar a estreia), acredita que a troca entre atores é essencial. “Na novela, eu contraceno muito com a Giovanna Antonelli. E ela é perspicaz, um exemplo do que falo sobre estar no ‘aqui e agora’. Fico encantada com isso. Existe o prazer de criar algo em conjunto e isso serve para qualquer projeto — seja para a TV, para o cinema ou para o teatro.”
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Publicado em VEJA São Paulo de 28 de julho de 2021, edição nº 2748