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Filmes e Séries - Por Barbara Demerov

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Deserto Particular: filme nacional irá concorrer a uma vaga no Oscar

Em entrevista à Vejinha, diretor Aly Muritiba considera o filme uma "resposta para o que está acontecendo no Brasil"; filme estreia em 25 de novembro

Por Barbara Demerov
19 nov 2021, 06h00
Foto mostra dois homens, de costas, com uma rodovia e o mar no fundo, desfocados.
Deserto Particular: filme fala sobre amor e respeito (Deserto Particular/Divulgação)
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Deserto Particular é o título escolhido pela Academia Brasileira de Cinema para representar nosso país na disputa por uma vaga na categoria de melhor filme internacional no Oscar 2022.

Com estreia marcada para 25 de novembro nos cinemas, a bela história de ficção é dirigida por Aly Muritiba e acompanha Daniel (Antonio Saboia), um policial afastado do trabalho depois de cometer um erro. Ele mora em Curitiba e cuida de seu pai doente. O único motivo de alegria do protagonista é a misteriosa Sara, que mora no sertão da Bahia, com quem Daniel se corresponde pelo celular. O desaparecimento súbito de Sara faz com que ele resolva cruzar o país em busca de seu amor.

À Vejinha, Muritiba considera seu filme ideal para esse momento. “Não quero parecer presunçoso, mas após passarmos quase dois anos em casa, ao assistir a Deserto Particular é possível viajar pelo Brasil inteiro. Foram quase dois anos sem encontros físicos, flertando virtualmente… Talvez essa seja a primeira sessão de muita gente nesta retomada ao cinema.”

O diretor também relembra o processo de escrita do filme, feito ao lado de Henrique dos Santos. “Tudo foi se transformando em uma história de tolerância e amor na medida em que o ódio e a intolerância cresciam. Em algum momento nos demos conta de que essa seria a nossa resposta para o que está acontecendo no Brasil. Mas a premissa do roteiro, que é a de um sujeito que se apaixona e é surpreendido e transformado pelo encontro com essa pessoa, sempre esteve lá”, conta.

Sobre a chance de o filme chegar ao Oscar, Muritiba ressalta que o reconhecimento é uma honra e também uma grande responsabilidade. “A aposta que a Academia Brasileira fez é um recado da cultura para a nossa categoria artística resistir. Estou totalmente focado no lançamento comercial no Brasil, mas já estou trabalhando na campanha para a premiação. Vou para os Estados Unidos promover várias sessões por lá.”

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Publicado em VEJA São Paulo de 24 de novembro de 2021, edição nº 2765

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