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Nasci para sofrer ou para ser feliz?

Terapeuta especializado em psicologia perinatal fala sobre as influências do período da gravidez em nossa vida posterior

Por Adriano Calhau, em depoimento a Helena Galante
24 fev 2023, 06h00

Se você pudesse voltar no tempo para assistir ao filme do início da sua vida e descobrisse que nas circunstâncias do seu nascimento está a origem dos seus maiores desafios e também chaves que podem te ajudar a encontrar a felicidade, ficaria surpresa(o)?

Há aproximadamente vinte anos, cheguei ao ápice da crise comigo mesmo. O trabalho na minha empresa e meus relacionamentos íntimos e familiares chegaram a um ponto de ruptura. Não dava mais para viver daquele jeito! Já tinha feito de tudo que estava a meu alcance para melhorar, anos de terapias em diversas linhas, viagens à Índia, rituais xamânicos, retiros de jejum e silêncio, enfim. Buscava qualquer saída para me libertar daquela sensação de não pertencimento e inadequação, além da incômoda percepção de que algo ruim poderia acontecer.

E foi participando de um processo sobre nossas origens realizado na Índia que pude encontrar uma dor que ainda não havia identificado e que senti que tinha raízes nas circunstâncias do meu nascimento. Cheguei ao Brasil e, numa conversa reveladora com minha mãe, pude acessar e confirmar o ponto zero da minha dor e sofrimento. A história de encontros e desencontros, enganos e desenganos, que fez os primeiros meses de gravidez algo bem complicado, para dizer o mínimo. Cheguei até a soltar um comentário: “Ahhhaaa, então é por causa disso?”.

+Terapias corporais e poesia

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Vocês não imaginam o alívio que senti ao saber daquele enredo de novela. Foi como se tivesse acendido a luz do porão, para que finalmente eu pudesse enfrentar os medos e defesas que sabotavam a minha vida. Fiquei fascinado com a liberdade que comecei a sentir e fui atrás da história toda junto a meu pai. Também procurei informação e cursos disponíveis sobre traumas precoces.

A importância do período perinatal sempre foi relevante em diversas culturas, mas a ciência só agora está descobrindo a sua real importância na formação da personalidade. E o motivo era a justificativa de que acontecimentos desse período não seriam lembrados, pois, como não foi concluído o processo de mielinização dos neurônios, não seria possível a comunicação e ativação da memória.

Hoje, porém, novos estudos, em especial da psicologia perinatal, estão comprovando o equívoco dessa percepção, com destaque para a epigenética. Para entender a epigenética, pense em você como uma semente, e o ambiente em que você nasceu, como a terra na qual sua semente foi plantada. O estudo desse ambiente é a base daepi (ao redor) genética (genes). Quais foram os nutrientes ou mesmo as carências daquele terreno?

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Ou seja, o que minha mãe e meu pai estavam vivendo naquele momento desde a concepção até o nascimento? Meu nascimento foi planejado? Fui bem-vindo(a) na minha família? Pensaram em aborto? Tinham preferência por algum sexo? Meu parto foi traumático? Foi uma cesárea desnecessária? Prematuro, indução, fórceps?

+“Adormecer é deixar-se levar…”

Por incrível que pareça, as respostas a essas perguntas podem nos fornecer um raio-x de por que sou como sou, em que tendo a acreditar e por que ajo ou reajo de determinada forma.

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Esse provocante estudo hoje tem milhares de artigos e pesquisas nas mais prestigiadas universidades e institutos no mundo. Recentemente, foi matéria de capa da revista Time com o título “Como os nove meses moldam o resto de nossas vidas”.

Os estudos mostram que aquilo a que fomos expostos no período do nascimento possui o poder de moldar o nosso corpo de memória, e fica gravado no inconsciente como uma fórmula de sucesso, que é nascer e sobreviver.

Se eu, por exemplo, vivi no útero da minha mãe uma sensação de forte rejeição, pois meus pais ficaram muito resistentes à ideia de ter um filho naquele momento, isso significa que a gestação da minha mãe teve muito estresse e preocupação sobre o futuro. Assim, bilhões de neuropeptídeos foram criados em mim decorrentes das percepções de rejeição, culpa e ansiedade.

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Na vida adulta, a tendência é, inconscientemente, buscar mais dessa química emocional, com alto potencial de atrair estados e eventos parecidos com aqueles que lhe trouxeram a vida, afinal isso já é conhecido e tem a memória de ser “bem-sucedido”.

+Escuta ativa

Vocês podem imaginar quanto essa informação pode ser importante na cura de traumas, medos e doenças, e também para que os novos nascimentos possam chegar com mais amor e consciência?

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A área do autoconhecimento na qual eu dedico os estudos do Mapa do Nascimento ajuda as pessoas a compreenderem que, tanto a causa como também a solução dos bloqueios e ciclos repetitivos, podem ser encontradas na raiz de onde tudo começou.

Ninguém nasceu para sofrer! E, quando a gente descobre o profundo aprendizado que está por trás do nosso nascimento, a felicidade aponta no horizonte.

Adriano Calhau
Adriano Calhau (@mapadonascimento) é terapeuta e especialista em psicologia perinatal, com uma jornada de mais de trinta anos de estudos de autoconhecimento e espiritualidade. Criador do método do Mapa do Nascimento® e membro da Associação Internacional de Psicologia Pré e Perinatal (APPPAH) (Divulgação/Divulgação)

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Publicado em VEJA São Paulo de 1° de março de 2023, edição nº 2830

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