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Como a redução no consumo de roupas mudou a vida de três irmãs

Para Mariana, Maria Carolina e Maria Clara Moraes, doar metade do armário foi só uma das microrrevoluções para buscar o autoconhecimento

Por Mariana, Maria Carolina e Maria Clara Moraes
26 fev 2021, 02h00

O armário de roupas de Clara vivia abarrotado. Para cada nova compra, uma desculpa. Ela estava sempre em busca de promoções, achando que precisava de mais alguma coisa, e vivia endividada. Um dia a arara do armário desabou. Nessa mesma época, Clara terminou um relacionamento, saiu da casa onde morava e do emprego. Decidiu estudar atuação, ofício que exige autoconhecimento. Quando a imersão em si mesma começou, ela foi entendendo o que a fazia feliz e percebendo que o consumo intenso e o excesso de coisas a levavam ao lado oposto.

Nessa mesma época suas duas irmãs Mariana e Maria Carolina propuseram uma desafio a ela: que doasse metade do seu armário. “Aquilo não fez tanto sentido para mim no começo, mas, à medida que fui tirando as roupas — no meu tempo e do meu jeito —, fui me sentindo mais leve, mais livre e mais feliz. Essa atitude de abrir espaço e não preenchê-lo com mais consumo mudou minha vida”, conta Clara.

O desafio era o começo do que virou o Verdes Marias, uma iniciativa das três irmãs com o intuito de construir uma vida com menos lixo e relações mais humanas, baseada numa busca delas mesmas de diminuir a ansiedade em que viviam e se conectar com o que realmente importa. Olhar para a própria saúde, ter uma alimentação saudável, conviver com amigos e familiares e com a natureza virou uma prioridade e fez com que elas buscassem o que as dispersava disso. Entender que mudar a relação com o consumo as ajudaria a levar uma vida mais alinhada com elas mesmas e com o planeta foi a chave para que mudanças internas mais profundas acontecessem com as três.

A Carolina foi além do guarda-roupa e começou a tirar o excesso da casa. “Nesse meio-tempo, ouvi o termo ‘minimalista’ e comecei a ler mais sobre quanto o consumo de produtos não traz felicidade nem preenche os vazios que sentimos por frustração com nossa vida, nosso trabalho”, ela lembra.

O que o ser humano precisa é de relações interpessoais, viver em comunidade, ter amigos com quem conviva, ter tempo para reflexão. O contato humano — conhecendo a si mesmo e ao outro — é muito importante na busca pela felicidade. Como temos vivido cada vez mais individualmente, sem almoços de família no fim de semana, sem apoio de uma comunidade de vizinhos, nem tempo para olhar para nós ou ter uma conversa profunda com alguém, passamos a querer suprir o vazio com consumo. Os pacotes entram em casa aos montes, e até podem gerar felicidade a curto prazo, mas não resolvem o sentimento de solidão, de que falta algo. Se cada pessoa olhar em volta na sua casa, vai contar pelo menos umas vinte coisas que estão sem uso ou função há pelo menos um ano. E que não têm significado.

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Fora isso, enquanto antigamente comparávamos nossa vida com o que víamos ao nosso redor, hoje com as redes sociais passamos a nos comparar o tempo inteiro com qualquer pessoa na Terra. Nosso emocional está sempre oscilando com o feed do celular. Precisamos de microrrevoluções: pequenas atitudes que podemos tomar no nosso dia a dia para levar uma vida mais sustentável e que nos tornem mais felizes. O armário das três irmãs diminuiu substancialmente e isso trouxe ganhos financeiros, mas o mais importante foi o profundo mergulho no autoconhecimento. A sacola de compras pode parecer vazia, mas passou a ficar cheia de propósito, conexão real entre pessoas e de contato com a natureza.

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Publicado em VEJA São Paulo de 03 de março de 2021, edição nº 2727

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