Conecte-se à Inteligência Universal
Viver em um “Belo Estado de Ser” é viver com presença, em conexão com a vida e livre de conflitos internos. E o que nos afasta disso é o sofrimento.
Vivemos constantemente na crença de que a felicidade será encontrada no sucesso externo. De que se formos prósperos, saudáveis ou bonitos, seremos também felizes. No entanto, notamos que as pessoas estão cada vez mais infelizes, apesar de todo o sucesso alcançado.
A felicidade é algo desfrutado dentro de nós, portanto temos que primeiro aprender a dominar o mundo interior. Temos que aprender a viver em um “Belo Estado de Ser”, ou seja, em um estado de alegria, de felicidade, de calma e de paz e, a partir daí, nutrir a nossa vida e obter uma visão para construir nossa saúde, riqueza e relacionamentos.
Quando nossas escolhas são feitas a partir desse estado de calma e de preenchimento interno, a vida ganha um significado, um propósito. Você não estará mais implorando por felicidade, mas feliz de verdade. Viver em um “Belo Estado de Ser” é viver com presença, em conexão com a vida e livre de conflitos internos. E o que nos afasta desse belo estado é o sofrimento — perturbações internas como irritação, frustração, medo, solidão ou insegurança.
Existem apenas esses dois estados a partir dos quais experimentamos a vida. Não há um terceiro estado. Não importa se você é judeu, hindu, cristão ou muçulmano; chinês, indiano, americano ou japonês; ou se você é criança ou um adulto de 100 anos — você está vivendo a partir de um desses dois estados. Você se relaciona com sua família a partir de um estado de amor ou de conflito e confusão? Qual desses estados você nutre? E a partir de qual você quer lidar com seus entes queridos ou construir sua riqueza? Se você responder que é a partir de um “Belo Estado de Ser”, então sua vida será bela. Infelizmente, não damos a devida atenção ao nosso estado interno. Nossa vida gira em torno do que podemos mostrar aos outros e do quanto podemos alcançar externamente. Nada de errado com isso, mas se agirmos a partir da conexão, estaremos também nos nutrindo e aos outros. Mas por onde começar? Primeiro, distinga o que são os desafios que enfrentamos ao longo da vida e o que é o sofrimento. Desafios são pressões e experiências que existem até mesmo entre plantas e animais. Já o sofrimento é o diálogo interno que carregamos, como uma continuidade desse desafio externo. Mas precisamos sofrer para encontrar uma solução para os desafios? A resposta é não! Apenas estamos acostumados com o sofrimento. É um sentimento confortável e familiar. Acostumamo-nos a sentir raiva e ansiedade, mesmo quando não há necessidade. Acordamos ansiosos pelo dia que teremos pela frente e não conseguimos dormir tranquilamente à noite, pelo mesmo motivo.
Estamos constantemente alimentando estados de sofrimento. Por isso, é importante voltar a atenção a nossas emoções e perceber o quanto estamos obcecados com um evento passado ou futuro, o quanto estamos desconectados e ocupados conosco mesmos. Ao olhar para o sofrimento, perceba que se trata de um processo mental, uma auto-obsessão, e que você se afastou dos desafios e problemas reais. Preste atenção ao seu pensamento por alguns instantes e automaticamente você se conectará ao seu verdadeiro problema; uma inteligência começará a fluir! Conscientize-se do seu sofrimento. É uma prática simples, mas que pode ser complicada no início, pois não estamos acostumados a olhar nosso estado interno.
Concentramo-nos tanto no mundo exterior que nos perdemos nesse processo. Sempre que estiver perturbado ou em conflito interno, sempre que algo dentro de você não estiver bem, pratique a Meditação da Mente Serena, uma prática que vai lhe conectar à Inteligência Universal. E essa Inteligência Universal responde a você. Quando você está conectado, sabe o que quer e o que o outro quer. É desse espaço que você pede e há uma grande possibilidade de uma mágica acontecer.
Sri Preethaji (@ekam_brasil) é cofundadora da academia de filosofia e meditação Ekam Oneness, na Índia, e vai conduzir a jornada field of Awakening (Campo do Despertar), em novembro, em São Paulo.
Publicado em VEJA São Paulo de 1° de setembro de 2023, edição nº 2857